Ambiente Macroeconômico e de
Investimentos
A conjuntura local neste início de ano sofreu mais influências do humor financeiro internacional do que a dos meses anteriores. A rigor, nada houve de extraordinário. Mas a simples impressão de que os ativos brasileiros já estariam bem precificados, ampliou as reações internas à cena global, prejudicando, em várias oportunidades, os movimentos e pretensões de empresas e investidores. Ao final do trimestre, porém, prevaleceu a sensação de confiança nas políticas de governos e bancos centrais no sentido de inibir uma crise mais ampla de crédito. Isso melhorou a percepção de riscos e impactou positivamente os fluxos financeiros para a economia brasileira.
Na
economia real, a dinâmica ainda é de consistente expansão. Hoje já
são poucos os segmentos que ainda não se recuperaram do stress
financeiro de 2008 e os indicadores de investimentos produtivos tem se mostrado cada vez mais robustos. Não há grandes tensões nas tendências de inflação e juros, restando, talvez, apenas a política cambial e os fluxos comerciais externos como pontos de incerteza.
Do
lado das empresas, o destaque destas últimas semanas foi a efetiva retomada das captações de recursos com a venda de ações em bolsa. Isso, a despeito de a maioria das distribuições efetivadas não ter atingido os montantes inicialmente desejados por seus ofertantes. O mercado, de fato, foi seletivo e exigente ao longo do período; mas não foi negativo. Em termos setoriais, os destaques recentes tem sido as captações de empresas da área imobiliária e a consolidação do setor sucroalcooleiro.
CENÁRIO ECONÔMICO |
2007 |
2008 |
2009 |
2010* |
2011* |
PIB (PM) - Var % |
5.7 |
5.1 |
0.2 |
5.5 |
4.5 |
Inflação IPCA - Var %
|
4.5 |
5.9 |
4.3 |
5.2 |
4.7 |
Tx de Câmbio - R$/US$ Fim
Ano |
1.771 |
2.337 |
1.743 |
1.80 |
1.85 |
Tx de Juros Nominal - %
Acum. Ano |
11.9 |
12.5 |
9.9 |
10.1 |
11.2 |
Dívida Pública - % PIB
|
43.9 |
37.3 |
43.0 |
41.4 |
39.6 |
Saldo Comercial - US$
Bilhões |
40.0 |
24.8 |
25.3 |
10.0 |
3.5 |
Trans. Corrente - US$
Bilhões |
1.6 |
-28.2 |
-24.3 |
-50.0 |
-60.0 |
Investimentos Diretos - US$
Bilhões |
34.6 |
45.1 |
25.9 |
38.3 |
40.0 |
* Fonte: Focus - Relatório de
Mercado - 26/03/2010 (Banco Central do
Brasil)
Agroindústria
| A Bunge fechou acordo
com os sócios das usinas Itapagipe,
Guariroba, Frutal e
Ouroeste e ficará com 100% do controle delas. A
participação original da Bunge nas quatro unidades
foi adquirida em dezembro, com a incorporação dos ativos da
Moemapar, operação que também deu à
Bunge 100% da usina Moema. A única
planta que Bunge não conseguiu incorporar foi a
Vertente, e a multinacional acabou vendendo sua
participação minoritária de 22% para a sócia Humus,
controlada pela CLEEL Empreendimentos de Ribeirão
Preto (SP). Ao final, a Bunge conseguiu ficar com
89% da capacidade produtiva antes detida pelo Grupo
Moema, que se somará aos três outros ativos da empresa no
setor: as usinas Santa Juliana (MG), Monte
Verde (MS) e o projeto de Pedro Afonso
(TO).
| Na seqüência, o grupo
Humus repassou à Açúcar Guarani,
do grupo francês Tereos, metade do capital da usina Vertente. A
Vertente localiza-se em Guaraci (SP), sendo que a
Guarani pagará R$ 105 m pela participação. A
Açúcar Guarani hoje possui outras cinco usinas em
SP (Pitangueiras, Colina,
Severínia, Olímpia e
Tanabi) e é uma das maiores empresas sucroalcooleiras do País.
| Mas o Tereos foi ainda
mais agressivo em sua atuação no Brasil. O grupo definiu o País como
sua sede e centro financeiro mundial. Ele trará ativos da Europa e
da Ásia, estimados em € 1 bilhão, para integrá-los à Açúcar
Guarani, numa operação que somará € 1,7 bilhão. Aqui, será
criada a Tereos International, que só não abrangerá
a produção de açúcar de beterraba na França. O
Tereos detém 69% do capital da Açúcar
Guarani
e é a primeira multinacional do setor a transformar o Brasil em seu centro financeiro. Com a operação, o grupo pretende preparar-se para a consolidação internacional do setor de açúcar e álcool.
| Com o arrendamento e início de
entendimentos para aquisição da Usaciga,
pertencente à CEB, a paranaense Santa
Terezinha hoje coloca-se entre as maiores usinas
agroindustriais do País. A empresa tem sede em Maringá (PR) e já
supera as atividades da São Martinho, da
ETH Bioenergia e da Açúcar
Guarani, ficando atrás apenas da
Cosan/Shell, da
LDC-SEV (Louis Dreyfus e
Santelisa Vale) e da Bunge. Considerando-se os arrendamentos, a empresa hoje conta com oito unidades de açúcar e álcool.
| O grupo indiano Shree
Renuka concluiu a compra de 50,79% de participação nas duas
usinas de açúcar e álcool do grupo Equipav. O
negócio é avaliado em R$ 600 m e envolve o aporte de R$ 218 m da
Shree Renuka na expansão das duas usinas. Ele
também prevê um acordo de refinanciamento das dívidas da
Equipav com seus credores. Com a transação, a
empresa indiana entra no mercado sucroalcooleiro de São Paulo, mas
ela já atua no Brasil desde novembro de 2009, quando adquiriu duas
usinas do grupo paranaense Vale do Ivaí. O restante
do capital da Equipav
foi mantido pelos antigos controladores.
| A ETH Bioenergia, do
Grupo Odebrecht, e a Companhia Brasileira
de Energia Renovável (Brenco), chegaram a um
acordo para fundir suas operações. Juntas, as duas empresas somam
ativos de R$ 3,8 bilhões, que podem chegar a mais de R$ 7 bilhões
num prazo de dois anos com a conclusão de seus projetos já
iniciados. Pelo acordo, a ETH deterá 65% de
participação na nova empresa e a Brenco, o
restante. Atualmente a Brenco conta com duas usinas
praticamente concluídas e duas em construção, enquanto a
ETH
possui cinco unidades, das quais duas concluídas.
| O Grupo Bertin assumiu
participação majoritária no capital da Infinity
Bio-Energy e, com isso, reforçou sua aposta no setor de
biocombustíveis. O valor do aporte não foi informado. A
Infinity controla a Usinavi, de Naviraí (MS), e outras cinco unidades menores. Ela possui dívidas de R$ 500 m e encontra-se em fase de recuperação judicial.
| A brasileira Fri-Ribe e
a holandesa Nutreco firmaram joint venture
para atuar no mercado brasileiro de nutrição animal. Da união,
surgiu a Nutreco Fri-Ribe, na qual a brasileira
terá 49% de participação e a holandesa 51%. A
Nutreco é uma das maiores empresas mundiais de
nutrição animal. Atualmente a Fri-Ribe possui cinco
unidades produtivas (SP, GO, MG, CE e PI), as quais serão a base
operacional da nova empresa. Sua atuação hoje concentra-se na
alimentação bovina (corte e leite) e na aquicultura, sendo que, com
a nova sócia, ela pretende fazer frente à atuais líderes do setor:
Evialis, Guabi e
Purina.
| A Stratus, gestora de
fundos de private equity, está investindo cerca de R$ 100 m
para assumir uma participação de 40% na Amyris
Brasil, fabricante de combustíveis e materiais químicos
renováveis. A Amyris Brasil é controlada pela
norte-americana Amyris Biotechnologies. O aporte da
Stratus será realizado por meio do fundo
Cleantech, do grupo pernambucano Cornélio
Brennand e outros dois investidores. O diesel de
cana e insumos substitutos da borracha são alguns dos produtos
previstos para serem produzidos pela Amyris
Brasil.
| Motivadas pela demanda dos mercados
emergentes, as farmacêuticas Sanofi-Aventis, da
França, e Merck, dos EUA, anunciaram novo acordo
para unir suas atividades mundiais no setor veterinário. Isso
praticamente recria a joint venture que as duas empresas
mantinham até o ano passado, quando a Sanofi pagou
US$ 4 bilhões para ficar com a fatia da Merck na
Merial, como forma de eliminar obstáculos
regulatórios à aquisição da Schering-Plough pela
Merck. Atualmente a Sanofi-Aventis
atua no setor veterinário por meio da Merial e a
Merck por meio da
Intervet/Schering-Plough. A nova
empresa irá superar a Pfizer, assumindo a liderança do setor veterinário no mundo e no Brasil, onde terá pouco mais de 20% do mercado. O Brasil hoje conta com o maior rebanho bovino comercial do mundo.
Alimentos
| A Monticiano
Participações, da GP Dairy, e a
Laep Investments, que detém a licença da marca
italiana Parmalat, assinaram acordo operacional e
pretendem concorrer juntas contra os grandes laticínios brasileiros.
Inicialmente será formado um consórcio entre a
Leitebom, empresa em GO da GP
Dairy, e a Glória Alimentos e a
Ibituruna, ambas da Laep. Serão
unificadas as compras de matérias-primas e a distribuição das 5
fábricas da Leitebom e das 3 da
Glória/Ibituruna. Numa segunda
etapa está prevista a absorção das marcas da Laep
pela Monticiano e a reorganização societária dos
dois laticínios. Somadas, as duas empresas possuem capacidade
produtiva equivalente à da Itambé, que hoje ocupa a terceira posição no setor lácteo do País.
| Paralelamente, a Laep
irá arrendar a processadora de leite de Santa Helena (GO), que
pertence a sua controlada Parmalat Brasil, para o
laticínio Italac. A Italac
atualmente possui cinco unidades de lácteos no País. A planta de
Santa Helena, assim como a de Itaperuna (RJ), não entrou na
negociação entre a Laep e a
Monticiano tendo em vista a recuperação judicial da
Parmalat Brasil. O arrendamento amplia as operações
da Italac
no segmento de leite em pó, sendo que, neste ano, o laticínio também pretende investir R$ 60 m no aumento de sua produção.
| A fábrica de Carazinho (RS) adquirida
pela Nestlé da
Parmalat em meados
de 2009 deve receber uma linha de leite em pó para exportação. A
unidade é a trigésima da Nestlé no Brasil e foi
reinaugurada pela empresa suíça com investimentos que já somam R$
110 m, dos quais R$ 103 m pagos à Parmalat. O
negócio com a Parmalat ainda envolveu seis postos
de captação e resfriamento de leite, sendo cinco no RS e um em SC. A
planta de Carazinho hoje produz leite longa vida das marcas
Ninho e Molico, creme de leite, leite condensado e pré-condensado para outras plantas da empresa.
| A JBS, por meio da
subsidiária Swift Australia, fechou acordo para
aquisição da australiana Rockdale Beef. O valor da
trasação não foi divulgado. A Rockdale Beef possui
operação de carne bovina integrada com fazendas, confinamentos,
fábrica de ração e frigorífico. A conclusão do negócio depende de
aprovação dos órgãos oficiais. A brasileira JBS
chegou à Austrália em 2007 com a compra da norte-americana
Swift Foods. Depois, também assumiu o
Tasman Group e a Tatiara Meat
Company (TMC), na área de ovinos.
| Com aporte de R$ 197 m,
Cargill
concluiu a expansão de seu complexo em Uberlândia (MG), onde são produzidos amidos, óleos, adoçantes e ração derivados de milho. Esta é a maior unidade da empresa no setor fora dos EUA. Do total investido, R$ 85 m destinaram-se à montagem de uma usina de biomassa, que utilizará bagaço de cana e cavaco (resíduo de madeira plantada), para suprir o consumo de energia do complexo.
Têxtil
| A Karsten irá entrar no
segmento institucional de cama, mesa e banho com duas novas
divisões, a Karsten Care Health e a Karsten
Care Hotel. Com isso, a empresa acirra sua disputa com a
Teka. O segmento institucional atende a hospitais,
restaurantes, bares e hotéis e representa em torno de 10% do mercado
de cama, mesa e banho. A decisão da Karsten
tem motivação nos eventos turísticos previstos para o País, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
| A coreana Hyosung vai
investir US$ 100 m para instalar uma fábrica de fio elastano no
Brasil. O produto deriva do petróleo e é utilizado na produção de
maiôs, vestidos, blusas e jeans. A empresa coreana detém hoje 30% do
mercado brasileiro, onde a liderança está com a norte-americana
Invista, do Grupo Koch, com a
marca Lycra. A unidade da empresa será erguida em Araquari (SC) e deve ser inaugurada em meados de 2010.
| Visando aproximar-se das fontes de
matéria-prima e do mercado consumidor, a Vicunha
Têxtil anunciou investimentos
de R$ 350 m para instalar sua primeira fábrica no Centro-Oeste, mais
precisamente em Cuiabá (MT). A região é produtora de algodão e fica
mais próxima dos mercados do Sul e Sudeste do que as atuais plantas
no CE e RN. A nova fábrica fará a fiação, tinturaria e tecelagem de
índigo e jeans
, devendo ser
inaugurada em 18 meses. A Vicunha Têxtil, porém, pretende investir outros R$ 115 m para modernizar suas plantas na Região Nordeste, que deverão cada vez mais focar o mercado exportador.
Comércio
| A rede de acessórios e ferramentas para
casa Multicoisas, sediada em Campo Grande (MS),
prevê a abertura de 25 novas lojas franqueadas neste ano. Atualmente
sua rede de franquias conta com 85 lojas distribuídas em 13 Estados
e DF. A Multicoisas
atua no varejo de pequenas utilidades domésticas, como plugues, cabos, adaptadores, escadas, ferramentas elétricas, parafusos e outros. Em 2010, uma das regiões prioritárias para sua expansão será o Nordeste, que receberá um centro de distribuição.
| Com investimentos programados de R$ 140 m
em 2010, a Lojas Renner pretende abrir 12 novas
lojas no País, sendo seis no primeiro semestre e seis no segundo. O
plano também abrange a reforma de 10 das 120 unidades atuais da
Renner, além de investimentos em tecnologias e
logística. Dentre as novas unidades previstas para este ano,
destacam-se as de Maceió (AL) e de Palmas (TO), localidades onde a
Renner
ainda não atua.
| A rede de supermercados
Bretas pretende investir R$ 70 m neste ano para
ampliar seu número de lojas de 59 para 71. A Bretas
é o quinto maior grupo supermercadista do País e o primeiro de capital totalmente nacional. De suas 59 lojas atuais, 42 estão em MG, 16 em GO e uma na BA. Sua expansão será nas regiões em que já atua, dando preferência a cidades médias do interior, tais como Vitória da Conquista, Itumbiara (GO), Pirapora (MG), Paracatu (MG), Uberlândia (MG) e outras.
| A Hering
vai acelerar seu plano de expansão de lojas e prevê a abertura de
129 unidades num prazo de três anos. Com isso, até o final de 2012
a varejista têxtil pretende atingir 405 lojas, frente às 276 detidas ao
final de 2009. A decisão da empresa baseia-se na expectativa de lançamento de
novos shopping centers
no País, com destaque para a Região Nordeste. As novas lojas serão pelo sistema de franquia, o que reduz a necessidade de capital pela empresa.
| As redes varejistas
Insinuante (da BA) e Ricardo
Eletro (de MG) decidiram fundir suas atividades e estão
criando a Máquina de Vendas. A nova empresa nasce
com 528 lojas e presença em 200 cidades de 16 Estados. Com
faturamento de R$ 5 bilhões, ela passa a ocupar a segunda posição no
ranking do setor, ultrapassando o Magazine
Luiza e ficando atrás apenas do Pão de
Açúcar-Casas Bahia. Dentre os objetivos da
Máquina de Vendas, destaca-se o crescimento programado para os mercados de RJ e SP nos próximos quatro anos. As duas bandeiras do grupo devem ser preservadas, especializando-se em regiões e em nichos diferentes.
Madeira e Móveis
| A Eucatex, recém saída de uma recuperação judicial, pretende investir R$ 140 m na expansão de suas atividades em 2010. A empresa é uma das maiores fabricantes nacionais de painéis de madeira. Do montante, R$ 80 m serão aplicados na nova fábrica de chapas finas (T-HDF) em Salto-SP e R$ 30 m destinam-se à base florestal desta unidade. A nova planta deve estar operacional em setembro deste ano e representa um investimento total de R$ 250 m.
| A Fibraplac, empresa do
grupo gaúcho Isdra, pretende iniciar neste ano a
construção de sua nova fábrica de chapas MDF e MDP, em Campinas
(SP). Os investimentos da empresa são previstos em US$ 200 m e
deverão se estender até o segundo semestre de 2014, com uma primeira
etapa sendo concluída em 2012. Atualmente a
Fibraplac
possui unidade produtiva em Glorinha, RS.
| A chilena Masisa
inaugurou em Montenego (RS) sua segunda fábrica de
chapas de madeira MDP no Brasil. O empreendimento exigiu investimento de
R$ 266 m, sendo que ele também prevê a implantação de uma linha
de chapas MDF. A gestão de florestas para abastecer a
unidade será feita em parceria com o fundo norte-americano
Hancock Timber, especializado nesta atividade. A planta de Montenegro será a maior do setor de chapas de madeira na América Latina e sua produção destina-se ao mercado interno, especialmente ao pólo moveleiro de Bento Gonçalves (RS).
Materiais de Construção
| A oferta hostil da siderúrgica brasileira
CSN pelo controle da cimenteira portuguesa
Cimpor desencadeou verdadeira corrida ao ativo, o
que alterou o próprio mapa do setor no Brasil. De um lado, a
Votorantim Cimentos (VC) fechou
acordo de troca de ativos com a francesa Lafarge e
assumiu uma participação de 17,3% na Cimpor.
Paralelamente, a VC também fechou acordo com a
Caixa Geral de Depósitos (CGD),
que detém outros 9,6% da Cimpor, estabelecendo
obrigações recíprocas de voto e limites de participação. Mas a
VC foi além, e acabou adquirindo mais 3,9% da
empresa portuguesa pertencentes à Cinveste. Ao
final, a Votorantim Cimentos pagou o equivalente
a €
800 m e ficou com um total de 21,2% da Cimpor,
fora o acordo firmado com a CGD.
| Com a Lafarge, a
transação da Votorantim Cimentos foi na base de
troca de ativos no Brasil. Com isso, a empresa francesa assumirá
três fábricas no Brasil: a Cipasa (na PB) e as moagens
de Candeias (BA) e de Cocalzinho (GO). Com estas unidades, a
Lafarge ultrapassa a própria
Cimpor no mercado brasileiro de cimento e assume a
terceira posição no ranking
local, passando a atuar nas Regiões NO e CO.
| Mas
ainda na briga pelo controle da
Cimpor, a Camargo Corrêa também
jogou pesado. A empresa assumiu 22,2% da cimenteira, participação
que pertencia ao grupo português Teixeira Duarte. A
aquisição custou € 1,1 bilhão à Camargo Corrêa,
valor ampliado para € 1,48 se somadas as participações adquiridas
pela Camargo da siderúrgica espanhola
Bipadosa (6,46%) e de outros acionistas que
seguiram a decisão do Teixeira Duarte (2,49%). Ao
final, o grupo Camargo Corrêa ficou com uma
participação total de 31,1% no capital da
Cimpor.
Energia
| O Grupo Odebrecht
decidiu criar uma nova empresa para abrigar seus investimentos na
área de energia. Com isso, está nascendo a Odebrecht
Energia, empresa que tem como objetivo tornar-se a maior
geradora do País num prazo de dez anos. Além de agregar ativos já
disponíveis, a Odebrecht Energia também concentrará
os esforços do grupo nas próximas licitações do setor. É possível
que a ETH Bioenergia, em processo de fusão com a
Brenco, seja agregada aos ativos da nova empresa.
| A Energimp, empresa
focada em energias renováveis e controlada pelo grupo argentino
Impsa, recebeu aporte de R$ 500 m por parte do
FI-FGTS, fundo de investimentos em infra-estrutura
da Caixa Econômica Federal. O
FI-FGTS terá 45% do capital da empresa, sendo que o
montante aportado será de R$ 400 m na forma de subscrição de ações
ordinárias e de R$ 100 m em aporte direto. A
Energimp
já possui três parques eólicos no CE e arrematou mais oito projetos naquele Estado, a serem erguidos até meados de 2012 com investimentos de R$ 900 m. Também possui um conjunto de usinas eólicas em construção em SC, com investimentos orçados em mais R$ 1,3 bilhão.
Química e Petroquímica
| A alemã Lanxess, que
atua no setor de especialidades químicas, vai investir € 20 m para
elevar a capacidade produtiva de três de suas seis fábricas globais
de borracha de alta performance, utilizada na produção de pneus. Uma
destas unidades é a de Cabo de Santo Agostinho (PE). No Brasil, a
empresa alemã, que já incorporou a Petroflex
, conta com outras duas unidades, sendo uma em Duque de Caxias (RJ) e outra em Triunfo (RS).
| A Braskem, que com a
aquisição da Quattor tornou-se a maior produtora de
resinas plásticas das Américas, prepara-se para também absorver as
atividades no setor da norte-americana Sunoco
Chemicals. A divisão petroquímica da
Sunoco está sendo adquirida por US$ 350 m e
representa a porta de entrada da empresa brasileira no mercado de
resinas dos EUA. Nele, a Sunoco
conta com três unidades produtivas, canais de distribuição, contratos de matéria-prima (eteno) e 13% da capacidade instalada de polipropileno dos EUA. O principal mercado da empresa é o setor de autopeças.
| A Braskem também fechou
com a mexicana Imesa acordo para implantar um
projeto petroquímico integrado no México, empreendimento orçado em
US$ 2,5 bilhões. Inicialmente, a Braskem terá 65% de participação e a
Imesa
os outros 35%. Mas estas participações
podem ser alteradas, com a possível entrada da petrolífera
Pemex no projeto. A Pemex
será a fornecedora de matéria-prima (etano) do empreendimento. O novo pólo petroquímico irá produzir etileno e polietilenos em três unidades de polimerização e sua inauguração está prevista para 2015.
Petróleo e Gás
| A Petrobras prevê
investimentos de R$ 4,55 bilhões na região amazônica entre 2010 e
2014. Deste montante, R$ 2,19 bilhões destinam-se ao desenvolvimento
da produção, o que inclui a extração de gás em Juruá, o gasoduto
Juruá-Araracanga-Urucu
e mais uma unidade para processamento de gás no pólo. Outros R$ 1,56
bilhão destinam-se à exploração de oito blocos na região, sendo
cinco na bacia do Solimões e três na bacia do Amazonas (onde atua em
sociedade com a Petrogal, da portuguesa
Galp Energia). O desenvolvimento do
projeto é um desafio para a Petrobras , devido às exigências ambientais para a exploração.
| A petrolífera britânica BP
PLC assumiu ativos da norte-americana Devon
Energy no Brasil, México, Azerbaijão e Canadá por R$ 7
bilhões em dinheiro. Com isso, a BP entrou no rol
de empresas que exploram óleo em águas profundas no Brasil
(pré-sal). Ao todo, considerando suas participações anteriores, ela
passa a contar com sociedade em oito blocos em mar e dois em terra.
Fora do Brasil, o acordo das duas empresa reforça a posição da
BP
no Golfo do México e ainda lhe garante participação de 50% num projeto de areias betuminosas no Canadá, o que custará R$ 500 m adicionais.
Mineração
| A Vale firmou contrato
de opção de compra da participação da norte-americana
Mosaic na Fosfertil e em sua
controladora Fertifos. A operação foi realizada por
meio da subsidiária Mineração Naque e vem na
seqüência da aquisição da Bunge Participações e
Investimentos (BPI) pela
Vale. O exercício do contrato está sujeito à
conclusão da compra da BPI. Se confirmado, a
Mineração Naque poderá assumir participação direta
e indireta de 20,27% no capital da Fosfertil, sendo
27,27% das ações ordinárias. A transação implicará num investimento
de US$ 1,029 bilhão pela Vale, na mesma base utilizada para
a precificação das participações da BPI, da
Heringer, da Fertipar e da
Yara na Fosfertil. Com a aquisição de todas as
participações previstas, a Vale
somará 78,90% do capital
da Fosfertil, o equivalente a 99,81% das ações ordinárias e 68,24% das preferenciais. O preço total do negócio chegará a US$ 4,006 bilhões.
| A Yamana, mineradora
canadense de ouro, pretende investir US$ 256 m em dois novos
projetos no Brasil. Tratam-se das unidades de Ernesto e Pau a Pique
(no MT), que receberão aportes de US$ 116 m; e da planta de Santa
Luz (na BA), ainda em fase de licenciamento, e que deverá absorver
outros US$ 140 m. Atualmente, a Yamana é a segunda
maior produtora de ouro no País, atrás da Anglo Gold
Ashanti. Mas sua posição é seguida de perto pela também
canadense Kinross, que está com projetos de
ampliação de sua mina em Paracatu (MG) até 2011. A O Brasil é
responsável por 30% da produção mundial da Yamana, que também conta com minas no Chile, México e Argentina.
| Com aporte de US$ 130 m, a
ArcelorMittal pretende retomar e expandir a
mineração de ferro de Andrade, localizada em MG. A
unidade estava arrendada à Vale desde 2004 e o
investimento ainda envolve a mina de Serra Azul,
adquirida da London Mining em 2008. A mina de
Andrade produz o suficiente para abastecer a
Usina de João Monlevade, da
ArcelorMittal, que produz aços longos.
| A mineradora Steel do
Brasil, empresa de origem alemã com atuação no segmento de
minério de ferro, anunciou acordo para a incorporação da
MHAG, no RN. A transação envolve pagamento de US$
245 m e troca de ativos de mineração. No total, ela tem valor
estimado de US$ 350 m. Atualmente a MHAG
possui atuação no RN, onde estão previstos a construção de um porto e de um mineroduto. A efetiva produção da empresa deve se iniciar no final de 2011, atingindo plena capacidade em 2012.
| A agência mineral chinesa
ECE firmou acordo para a aquisição de 100% do
capital da mineradora de ferro Itaminas, por US$
1,2 bilhão. Os ativos da Itaminas
abrangem basicamente jazidas de ferro próximas do município de Sarzedo, no quadrilátero ferrífero de MG. Sua produção atual é destinada ao mercado interno. As dívidas da empresa somam cerca de US$ 400 m e suas atividades nas áreas de reflorestamento e ferro-gusa não foram incluídas no negócio.
| A chinesa Wuhan Iron and
Steel (Wisco) formalizou sua entrada no
capital da MMX Mineração e Metálicos, empresa
controlada pelo grupo EBX. A Wisco
terá 21,5% do capital da mineradora brasileira, pagando R$ 739 m
(cerca de US$ 400 m). Outros R$ 480 m poderão ser integralizados
pelos acionistas minoritários, caso exerçam os direitos de
preferência de subscrição. No total, o aumento de capital da
MMX está previsto em R$ 1,2 bilhão, sendo que a
operação faz parte de um cronograma mais amplo de aumento do seu
capital. Pelo acordo, a Wisco também poderá
adquirir 50% do minério de ferro a ser produzido pela
MMX.
Metalurgia e Siderurgia
| A Votorantim Metais
(VM) irá investir R$ 400 m para instalar duas novas
prensas de extrusão na unidade produtiva de sua controlada
Companhia Brasileira de Alumínio
(CBA) em SP. O aporte visa a expansão dos segmentos
de produtos transformados, perfis de construção e embalagens de
alumínio. Ele representa 40% dos investimentos previstos pela
VM em 2010. A CBA
é a maior fundição de alumínio do País e também avalia a instalação de uma oitava unidade produtiva.
| A Usiminas
pretende investir R$ 3,2 bilhões em 2010 em suas usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP). A unidade de Ipatinga receberá a expansão de sua laminação de chapas grossas, um investimento de R$ 1,050 bilhão e com operacionalização prevista para o final de 2012. Em Cubatão, a empresa está montando uma segunda linha de tiras a quente (para bobinas de aço), empreendimento de R$ 2,53 bilhões e início de operação em meados de 2011.
| Com investimentos previstos de R$ 8,8
bilhões, a Ferrous Resources do Brasil
anunciou a implantação de uma usina siderúrgica voltada à produção de
placas. O empreendimento deverá ser inaugurado em 2016 em Juiz de Fora,
MG. A Ferrous, empresa de origem britânica, não pretende entrar sozinha no negócio e atualmente busca um parceiro para o projeto. O grupo também tem outros planos no País, envolvendo cinco minas, um mineroduto e um porto no município capixaba de Presidente Kenedy.
Bens de Capital
| A CNH, divisão do grupo
Fiat no setor de máquinas agrícolas, está
inaugurando seu novo complexo industrial em Sorocaba (SP), que
recebeu investimento de R$ 1 bilhão ao longo dos últimos dois anos.
A unidade contará com um centro de distribuição de peças e
componentes e terá atuação em toda a América Latina, produzindo
colheitadeiras das marcas Case e New
Holland. Com ela, a CNH
eleva para quatro o seu número de fábricas no Brasil, pois hoje conta com plantas em Curitiba-PR (tratores, pulverizadores agrícolas e colheitadeiras), Piracicaba-SP (colheitadeiras e implementos para cana-de-açúcar e café) e Contagem-MG (máquinas e equipamentos para construção).
| A Fuhrländer,
fabricante alemã de geradores eólicos, tem planos de investir R$ 40
m para construir uma unidade produtiva junto ao Porto de
Pecém, CE. Lá, a empresa pretende produzir turbinas, mas futuramente também deve implantar uma linha de pás eólicas. A fábrica cearense deverá ser inaugurada no final deste ano.
| A norte-americana
Terex , fabricante de guindastes e equipamentos para construção e mineração, vai instalar sua segunda unidade no Brasil. Aqui, a empresa possui uma linha de máquinas para pavimentação em Cachoeirinha (RS), sendo que a nova planta ficará em Guaíba (RS) e irá ampliar o mix da empresa. Os investimentos são previstos em R$ 150 m e as operações da fábrica devem ser iniciadas num prazo de 12 meses.
Materiais de Transporte
| A brasileira Akaer e a
francesa Altran anunciaram a criação de uma nova
empresa para atuar mundialmente no setor aeroespacial e de defesa.
Pelo acordo, a Altran assumirá uma participação
acionária na Akaer
e está prevista a construção de uma fábrica de estruturas integradas para aeronaves no Brasil. A unidade deverá ficar em São José dos Campos (SP) e abrigará a produção de outros segmentos aeronáuticos como o de tubulações, cablagem e prestação de serviços de manutenção. O investimento previsto é de aproximadamente US$ 50 m.
| O grupo financeiro BTG
Pactual, por meio de seu braço de private equity,
assumiu uma participação minoritária nas atividades brasileiras da
montadora de veículos Mitsubishi
Motors
(MMCB). O valor e a participação não foram
divulgados, mas o BTG terá assento no conselho da
empresa. Atualmente o Brasil é o quinto maior mercado de veículos do
mundo. Aqui, a Mitsubishi Motors
possui fábrica em Catalão (GO).
Eletrônicos
| A taiwanesa AOC, uma
das maiores fabricantes mundiais de monitores, está finalizando
estudos para implantar uma fábrica de televisores de LCD no Brasil.
A unidade deve ficar na Zona Franca de Manaus, sendo que um dos
objetivos da empresa é diversificar sue processo produtivo no setor,
hoje concentrado na China. O valor e o cronograma do aporte não foi
detalhado pela empresa. A AOC é controlada pelo
grupo TPV (Top Victory
Electronics), que conta com nove fábricas no mundo.
| Com investimentos de R$ 20 m em
equipamentos, a holandesa Philips iniciou sua
produção de telas de cristal líquido (LCD) em Manaus, AM. A
fabricação de LCDs da empresa será exclusivamente voltada à montagem
de televisores. Tal como as demais empresas do setor, antes a
Philips
atuava em Manaus basicamente por meio da montagem de telas e dispositivos importados.
Tecnologia da Informação
| A Linx, empresa
especializada em sistemas de informática e gestão para o comércio
varejista, recebeu um aporte do BNDES, que ficará com 21,7% de seu
capital. Com os novos recursos, a Linx concretizou
duas aquisições: a CSI, fabricante de sistemas para
automação de pontos de venda; e a Intercommerce,
empresa de software
voltada aos ramos de material de construção e eletroeletrônicos.
| A Portugal Telecom
fechou a aquisição da brasileira GPTI, empresa
especializada em softwares e serviços de tecnologia da
informação (TI). A transação foi efetivada por troca de ações, sendo
que a GPTI será absorvida pela
Dedic, empresa de call center do grupo
português. O valor do negócio não foi divulgado, mas envolve entre
5% e 20% de participação na Dedic, dependendo dos
resultados da GPTI até o final de 2011. A
GPTI possui dívidas de R$ 80 m, as quais serão
absorvidas pela Dedic. Com a nova empresa, a
Dedic
torna-se a quarta maior do País no setor de TI.
Comunicações
| O grupo francês
Vivendi, novo controlador da GVT,
anunciou investimentos de € 250 m na operadora de telefonia
brasileira. Os recursos serão direcionados ao plano de expansão da
empresa, bem como ao reforço de seu balanço patrimonial. Em abril, a
GVT inaugura seus serviços de telefonia fixa e
banda larga em três novas cidades da Região Nordeste (João Pessoa e
Campina Grande, na PB; e Fortaleza-CE). Nesta região, a
GVT
já conta com atividades em Salvador (BA) e em Recife (PE).
| O Grupo Editorial
Nacional (GEN), líder na área de livros
técnicos, científicos e profissionais (CTP), fechou sua quinta
aquisição. Desta vez trata-se da editora Forense
Universitária, que atua nos segmentos de direito e ciências
sociais. Com isso, o GEN eleva para seis o número
de editoras sob seu comando. O valor da transação não foi divulgado.
Atualmente o GEN controla as editoras
Método, LTC,
Guanabara, Santos e
LAB.
| E a principal concorrente do
GEN, a gaúcha Artmed, que em 2009
assumiu as operações da norte-americana McGraw-Hill
no Brasil, fechou a aquisição da paulista Artes
Médicas, numa operação envolvendo pagamento e troca de
ações. A Artes Médicas
também é uma empresa do segmento de livros CTP, mais precisamente
com foco em livros de medicina e principalmente de
odontologia.
| A Globo Comunicação e
Participações e o grupo gaúcho RBS
uniram-se para criar uma nova empresa, cujo nome ainda não foi
definido. Com investimentos de R$ 240 m esta empresa irá atuar de
forma independente das duas sócias, focando-se na promoção, produção
e realização de eventos em esportes, entretenimento, educação,
on-demand e feiras. A Globo terá
participação de 60% e o RBS
ficará com os 40% restantes.
Imobiliário
| A Aliansce Shopping
Center concluiu sua oferta primária e secundária de ações,
operação que movimentou um total de R$ 643,5 m, dos quais 70% (R$
450 m) referentes à colocação primária. A Aliansce
atualmente conta com 13 shopping centers em operação e dois
em construção (o Boulevard, em Belo Horizonte-MG, e
o Shopping Maceió em AL). A empresa é controlada
pela Gbp Brazil.
| A incorporadora imobiliária
Inpar conseguiu levantar R$ 280 m com sua oferta
primária de ações, considerando-se os lotes adicional e suplementar.
Os recursos deverão ser utilizados em novos projetos imobiliários e
capital de giro. O principal acionista da empresa é o
Paladin Realty Partners, que também atuou na compra dos papéis emitidos.
| A PDG Realty realizou
sua oferta secundária de ações, operação que rendeu R$ 1,407 bilhão
ao acionista vendedor, o FIP PDG. A operação ainda
pode chegar a R$ 1,6 bilhão caso seja vendido o lote suplementar. Os
acionistas do FIP PCP, que detém 100% do
FIP PDG, atuaram na compra e ficaram com 36% da
oferta (cerca de R$ 509 m). Com isso, o FIC PCP (ex-sócios do Banco
Pactual
) passa a ser investidor direto na
PDG.
| A Brazil Hospitality
Group (BHG) fechou a compra do
Hotel Recife Palace, na capital pernambucana. O
valor da transação não foi divulgado. A operação foi efetivada uma
semana após a BHG também comprar o Hotel
Internacional Foz, em Foz do Iguaçu (PR), transação cujo
valor também não foi informado. Ao final de janeiro, a empresa já
havia anunciado a ampliação de sua participação para 75% no
Condomínio Edifício Bahia Mar, em Salvador (BA). A
BHG originou-se da Invest Tur,
incorporada pela LA Hotels (GP
Investimentos).
| O grupo francês Accor,
juntamente com seus parceiros, fundos de pensão e incorporadoras,
deve investir R$ 1,2 bi até 2012 para abrir 75 hotéis na América
Latina. No Brasil, a rede Accor é líder de mercado
com 143 unidades, sendo que o País deverá receber 80% dos
investimentos. Aqui será investido quase R$ 1 bilhão para o
lançamento de 64 empreendimentos, dos quais dois pela própria
Accor e o restante por terceiros. Destes 64 hotéis,
51 serão das bandeiras Ibis e Formule
1, focadas no segmento econômico. As 13 unidades restantes
serão hotéis quatro estrelas e levarão as marcas
Novotel (4) e Mercure (9).
| A BR Properties, empresa que atua
no setor imobiliário comercial, realizou sua oferta primária e
secundária de ações, operação que movimentou R$ 934 m. Este valor,
porém, pode se elevar a R$ 1,07 bilhão com a colocação do lote
suplementar. A oferta primária foi responsável por uma fatia de R$
747 m da operação, sendo que os recursos serão utilizados na compra
de imóveis comerciais e empresas para o portfólio. Os R$ 186 m da
colocação secundária irão para diversos fundos de investimentos e
investidores qualificados.
| A farmacêutica EMS,
laboratório líder na fabricação de medicamentos genéricos, está
ingressando no setor imobiliário. A empresa possui um banco de
terrenos com potencial de R$ 2 bilhões em lançamentos, os quais
comporão a nova ACS Incorporadora. A
ACS atuará em diversos segmentos, de loteamentos a
imóveis residenciais e comerciais, e, por enquanto, sua base ainda
concentra-se nas regiões de Campinas e do ABC, em SP, onde a
EMS possui laboratórios. A investida da
EMS segue o exemplo de outras grandes empresas não
imobiliárias, como o Grupo Vicunha (que criou a
Fibra Realty) e o laboratório Aché
(dono da Partage).
| A General Shopping
reiniciou dois de seus projetos de expansão, paralisados em 2008 por
conta da crise mundial. Juntos, os dois empreendimentos
representarão um crescimento de 30% na área locável da empresa até
2011. Os novos shoppings
ficam em Barueri (SP) e no Rio de Janeiro, sendo que o
grupo também está ampliando outros dois empreendimentos já
existentes. O montante dos investimentos não foi divulgado.
| A construtora e incorporadora
Gafisa captou R$ 1,063 bilhão em sua nova oferta
primária de ações. A operação contou com a colocação do lote
suplementar de 15%. Esta foi a terceira distribuição de ações da
Gafisa, que deve utilizar 75% dos recursos obtidos
na compra de terrenos, estabelecimento de parcerias e novos
lançamentos. Os 25% restantes serão destinados ao capital de giro da
empresa. Com a operação, o percentual do capital da
Gafisa
em circulação no mercado chega perto de 70%.
Transportes
| A Elog, subsidiária da
Ecorodovias responsável pelas plataformas
logísticas da empresa, receberá um aporte de R$ 92 m do fundo de
investimentos em participações (FIP) Logística
Brasil, da BRZ Investimentos. A
Ecorodovias é a concessionária do sistema
Anchieta-Imigrantes, que liga a
capital paulista ao litoral, mas também possui operações no RS e no
PR. Pelo acordo, o Logística Brasil assumirá 20% do
controle da Elog. Além dos sistemas logísticos da
Ecorodovias, a Elog atualmente
responde pelo Ecopátio Cubatão (terminal
retroportuário próximo ao Porto de Santos, SP) e
pelo Ecopátio Bracor Imigrantes
(centros de distribuição e recintos alfandegados).
| E a oferta de ações realizada pela
Ecorodovias, composta de uma emissão primária e uma
distribuição secundária, atingiu o montante de R$ 1,37 bilhão. Do
montante levantado na oferta primária (R$ 874 m), cerca de 25% será
utilizado para investimentos nas atividades atuais da
concessionária, 35% na aquisição de novos ativos e 40% em
operações de concessão rodoviária. Na oferta secundária foram
vendidos papéis detidos pela CR Almeida e sua
controlada Primav Construções.
| A OSX Estaleiros,
subsidiária da OSX Brasil, fechou acordo de
cooperação técnica e de aporte de recursos com a sul-coreana
Hyundai Heavy Industries. Pelos termos, a
Hyundai irá assumir 10% das ações da OSX
Estaleiros e fornecerá tecnologia e treinamento na área de
construção naval. A OSX
irá construir um estaleiro de US$ 2 bilhões em SC, dedicado à montagem de unidades de exploração e produção marítima de petróleo e gás natural. O estaleiro terá três divisões: construção naval, afretamento de unidades e prestação de serviços.
| E a própria OffShore Services
X (OSX Brasil), empresa do Grupo
EBX, realizou sua abertura de capital em bolsa e levantou
R$ 2,82 bilhões com a oferta. Basicamente, a empresa ainda
encontra-se em fase pré-operacional, mas conta com uma demanda
inicial de 48 projetos, nos próximos dez anos, por parte de sua
coligada OGX, empresa de exploração de petróleo do
Grupo EBX.
| A AG Angra
Investimentos adquiriu uma participação de 40,5% na
paranaense Rocha Top, empresa de terminais e
operadores portuários. O aporte da gestora foi de R$ 140 m em
recursos novos. A Rocha Top tem como principal
atividade a movimentação portuária de granéis sólidos, especialmente
fertilizantes. Com os novos recursos, ela pretende ampliar sua
capacidade de armazenagem. A empresa atua nos portos de Paranaguá
(PR), Itajaí (SC) e São Francisco do Sul (SC). A AG
Angra é uma joint venture entre a Andrade
Gutierrez e a Angra Partners.
Serviços
| A TAM, maior empresa
aérea do país, pretende consolidar-se como segunda maior operadora
de turismo, atrás apenas da CVC. Para tanto, a
TAM Viagens
pretende mais do que dobrar de tamanho nos próximos dois anos, ampliando seu número de lojas das atuais 70 para 182. O crescimento deverá ser por meio de franquias, mas ainda está sendo formatado.
| E a Multiplus,
subsidiária da TAM responsável pela rede de
fidelização e programa de milhagem da empresa, realizou a abertura
de seu capital em bolsa. A operação rendeu R$ 692 m ao caixa da
empresa, recursos que serão utilizados na compra antecipada de
passagens da TAM. Na oferta pública, os investidores estrangeiros ficaram com 82% da colocação, sendo que a empresa estreou no mercado valendo R$ 2,6 bilhões.
| O Ibmec Educacional,
controlador das faculdades Veris, Ibmec
Rio, Ibmec Belo Horizonte e Ibmec
Brasília, anunciou a venda de uma participação minoritária
em seu capital para um dos fundos de private equity do
norte-americano Capital International. A operação
teve valor de R$ 130 m e será na forma de aporte de capital. Ela
marca a entrada do Capital International na área de
ensino no Brasil. Dentre os planos de investimento da Ibmec
Educacional, destacam-se a construção de novos
campi, sua entrada no sistema de ensino a distância e em novas tecnologias de gestão educacional.
| A mineira Kroton
adquiriu a totalidade do capital da mato-grossense
Iuni, numa operação avaliada em R$ 422 m. Deste
montante, R$ 192 m serão pagos em dinheiro ao fundador do
Iuni, que ainda ficou com 6,31% do capital da
Kroton, equivalentes a R$ 80 m. Além disso, a
instituição mineira, controlada pelo fundo norte-americano
Advent, ainda assumirá dívidas de R$ 150 m do
Iuni. A transação não incluiu duas importantes
faculdade do Iuni: a Uninorte (AC)
e a Uniron (RO), que representavam 15% de sua
receita. Não haverá sobreposição regional entre as faculdades dos dois
grupos, sendo que a Kroton
detinha 24 unidades no Sul e Sudeste e irá absorver 16 no CO, NO e NE.
| A Foz do Brasil,
empresa de saneamento do grupo Odebrecht, arrematou a concessão do sistema de esgoto de Blumenau (SC) pelo prazo de 35 anos. O contrato prevê investimentos de R$ 185 m nos próximos 5 anos, elevando o tratamento de esgoto de 30% para 70%. Nos 35 anos da concessão, o investimento total previsto é de R$ 300 m.
| O Laboratório Fleury,
empresa do setor de diagnósticos, vai investir em 2010 um total de
R$ 208 m no crescimento orgânico de sua rede. Atualmente com 153
unidades, o Fleury
prevê a abertura de 70 novos locais, além de reformas, com aporte de R$ 61 m. Outros R$ 100 m serão destinados à compra de equipamentos, R$ 33 m em tecnologias e R$ 14 m em investimentos diversos. O valor não abrange eventuais aquisições pelo grupo.
Outros Setores
| A Hypermarcas anunciou
quatro incorporações seguidas. Primeiro, a empresa de bens de
consumo comunicou a compra da fabricante de fraldas
Sapeka por R$ 368 m, sendo R$ 225 m à vista e o
restante em ações. Os ativos da Sapeka se somarão
aos da Hydrogen e da Pom-Pom,
consolidando a Hypermarcas como terceira maior
fabricante no segmento de fraldas infantis. Em seguida, a empresa
anunciou acordo para assumir a fabricante de produtos de higiene
pessoal York, por R$ 100 m, e da
Facilit, por R$ 79 m. A York atua
em segmentos como o de hastes flexíveis, curativos, absorventes e
algodões. Já a Facilit Odontológica atua no
segmento de higiene bucal (escovas de dente, fios dentais e outros)
com a marca Sanifill. Já no setor de
medicamentos, a Hypermarcas assumiu a Luper
Farmacêutica, que tem em sua linha produtos como
Gastrol, Virilon e
Dramavit. A empresa irá custar R$ 52 m, dos quais
60% à vista. Para amparar seu agressivo ritmo de aquisições, a
Hypermarcas
efetivou mais uma captação de recursos no mercado de ações. Desta vez a operação somou R$ 1,09 bilhão, que pode chegar a R$ 1,23 bilhão, caso seja exercido o lote suplementar. A empresa de bens de consumo utilizará a totalidade dos recursos na aquisição de novas companhias, ativos e marcas.
| A farmacêutica brasileira
Biolab e a alemã Merz formaram
joint venture para atuar no mercado de estética. Da união,
está nascendo a Merz Biolab Farmacêutica, que
receberá investimento de € 20 m para montar sua estrutura no Brasil.
A sociedade terá como carro chefe o produto Xeonin,
toxina botulínica concorrente do Botox (da
norte-americana Allergan) e do
Dysport (da francesa Ipsen). O
Brasil é hoje o segundo maior mercado mundial de toxina botulínica.
A Merz terá 61% da nova empresa e a
Biolab ficará com 39%. A Biolab
conta atualmente com três fábricas no Brasil, todas na Grande São Paulo.
| A Komeco, fabricante de aquecedores
solares, a gás e condicionadores de ar, além de pisos e utilidades
domésticas, está investindo R$ 20 m em uma nova unidade produtiva em
Palhoça, SC. O objetivo é ampliar a produção de aquecedores solares
e viabilizar a importação de itens de refrigeração. Serão agregados
ao portfólio coifas, cooktops,
umidificadores e desumidificadores
de ar. Dentre os produtos importados, que levam a marca
Komdelli, destaca-se o filetamento e congelamento de pescados.
| Com o aquecimento do mercado de latas de
alumínio para a indústria de bebidas, a Crown Embalagens
Metálicas está antecipando investimentos de US$ 90 m para
duplicar duas de suas três fábricas no País. As unidades
beneficiadas serão as de Estância (SE) e Ponta Grossa (PR), sendo
que esta última só deve entrar em operação no início de 2011, após
investimentos de US$ 70 m. Além delas, a empresa também possui
planta em Cabreúva, SP. A Crown Embalagens é uma
joint venture entre a gaúcha Petropar e a
norte-americana Crown Holdings. Já na Crown
Tampas, fabricante de tampas plásticas, a
Petropar está assumindo os 50% da sócia
norte-americana. A transação custará US$ 14,5 m e, com o controle
integral da empresa, a Petropar pretende ampliar
exportações para a América Latina. A Crown Tampas
possui fábricas em Manaus (AM) e em Venâncio Aires (RS).
| O grupo português Sonae
concluiu a reestruturação de sua área de seguros e resseguros no
Brasil. O processo envolveu a incorporação de duas corretoras locais
adquiridas em 2009 e a mudança de seu nome. Com isso, a corretora de
seguros do grupo, a Lazan-MDS, passou a operar como
MDS, mantendo, porém, a parceria com o grupo
Suzano, que teve sua participação reduzida de 55%
para 51%. Foram absorvidas a Miral, do Rio de
Janeiro, e a ADDMakler, de Blumenau-SC. O objetivo
da MDS
é tornar-se o maior grupo ibero-americano de corretagem de seguros e gerenciamento de riscos, sendo o mercado brasileiro crucial para isto.
A
BRASILPAR possui mais de
30 anos de experiência em assessoria a fusões e aquisições,
avaliação de projetos e negócios e gestão de capital de risco. Já
acumulou transações que somam mais de US$ 3 bilhões. Seus atuais
serviços englobam: assessoria em compra, venda e associações entre
empresas; atração de sócios e levantamento de capital para projetos
e empresas; desenvolvimento de planos de negócios e assessoria
estratégica; assessoria em investimentos em novos negócios;
aconselhamento financeiro e estratégico em geral.
Sócios:
p>
p>
Associados:
p>
p>
Av. Presidente Juscelino
Kubitschek, 28 - 8o andar
04543-000 - São Paulo - SP
Tel.: (011) 3709-4270 | Fax : (011) 3709-4288
www.brasilpar.com.br
O boletim NEGÓCIOS E
INVESTIMENTOS é editado bimestralmente pela Brasilpar Serviços
Financeiros.
Diretores
Responsáveis: Luiz Eduardo Costa e Tom Waslander.
O
cenário econômico contido neste boletim refere-se a consulta de
opiniões do Banco Central do Brasil e pode ser modificado sem prévia
comunicação. A Brasilpar não se responsabiliza pela utilização
comercial ou financeira dessas previsões.
Os
projetos e valores de investimentos das empresas citadas neste
boletim referem-se aos divulgados nos principais meios
jornalísticos. A Brasilpar não se responsabiliza pela veracidade das
informações. Não é permitida a reprodução sem autorização da
Brasilpar.
A Brasilpar respeita a sua
privacidade e é contra o SPAM.