Ambiente Macroeconômico e de Investimentos

A conjuntura local neste início de ano sofreu mais influências do humor financeiro internacional do que a dos meses anteriores. A rigor, nada houve de extraordinário. Mas a simples impressão de que os ativos brasileiros já estariam bem precificados, ampliou as reações internas à cena global, prejudicando, em várias oportunidades, os movimentos e pretensões de empresas e investidores. Ao final do trimestre, porém, prevaleceu a sensação de confiança nas políticas de governos e bancos centrais no sentido de inibir uma crise mais ampla de crédito. Isso melhorou a percepção de riscos e impactou positivamente os fluxos financeiros para a economia brasileira.
Na economia real, a dinâmica ainda é de consistente expansão. Hoje já são poucos os segmentos que ainda não se recuperaram do stress financeiro de 2008 e os indicadores de investimentos produtivos tem se mostrado cada vez mais robustos. Não há grandes tensões nas tendências de inflação e juros, restando, talvez, apenas a política cambial e os fluxos comerciais externos como pontos de incerteza.
Do lado das empresas, o destaque destas últimas semanas foi a efetiva retomada das captações de recursos com a venda de ações em bolsa. Isso, a despeito de a maioria das distribuições efetivadas não ter atingido os montantes inicialmente desejados por seus ofertantes. O mercado, de fato, foi seletivo e exigente ao longo do período; mas não foi negativo. Em termos setoriais, os destaques recentes tem sido as captações de empresas da área imobiliária e a consolidação do setor sucroalcooleiro.


CENÁRIO ECONÔMICO 2007 2008 2009 2010* 2011*
PIB (PM) - Var %
5.7 5.1 0.2 5.5 4.5
Inflação IPCA - Var %
4.5 5.9 4.3 5.2 4.7
Tx de Câmbio - R$/US$ Fim Ano
1.771 2.337 1.743 1.80 1.85
Tx de Juros Nominal - % Acum. Ano
11.9 12.5 9.9 10.1 11.2
Dívida Pública - % PIB
43.9 37.3 43.0 41.4 39.6
Saldo Comercial - US$ Bilhões
40.0 24.8 25.3 10.0 3.5
Trans. Corrente - US$ Bilhões
1.6 -28.2 -24.3 -50.0 -60.0
Investimentos Diretos - US$ Bilhões
34.6 45.1 25.9 38.3 40.0

* Fonte: Focus - Relatório de Mercado - 26/03/2010 (Banco Central do Brasil)

 

Agroindústria

| A Bunge fechou acordo com os sócios das usinas Itapagipe, Guariroba, Frutal e Ouroeste e ficará com 100% do controle delas. A participação original da Bunge nas quatro unidades foi adquirida em dezembro, com a incorporação dos ativos da Moemapar, operação que também deu à Bunge 100% da usina Moema. A única planta que Bunge não conseguiu incorporar foi a Vertente, e a multinacional acabou vendendo sua participação minoritária de 22% para a sócia Humus, controlada pela CLEEL Empreendimentos de Ribeirão Preto (SP). Ao final, a Bunge conseguiu ficar com 89% da capacidade produtiva antes detida pelo Grupo Moema, que se somará aos três outros ativos da empresa no setor: as usinas Santa Juliana (MG), Monte Verde (MS) e o projeto de Pedro Afonso (TO).

| Na seqüência, o grupo Humus repassou à Açúcar Guarani, do grupo francês Tereos, metade do capital da usina Vertente. A Vertente localiza-se em Guaraci (SP), sendo que a Guarani pagará R$ 105 m pela participação. A Açúcar Guarani hoje possui outras cinco usinas em SP (Pitangueiras, Colina, Severínia, Olímpia e Tanabi) e é uma das maiores empresas sucroalcooleiras do País.

| Mas o Tereos foi ainda mais agressivo em sua atuação no Brasil. O grupo definiu o País como sua sede e centro financeiro mundial. Ele trará ativos da Europa e da Ásia, estimados em € 1 bilhão, para integrá-los à Açúcar Guarani, numa operação que somará € 1,7 bilhão. Aqui, será criada a Tereos International, que só não abrangerá a produção de açúcar de beterraba na França. O Tereos detém 69% do capital da Açúcar Guarani e é a primeira multinacional do setor a transformar o Brasil em seu centro financeiro. Com a operação, o grupo pretende preparar-se para a consolidação internacional do setor de açúcar e álcool.

| Com o arrendamento e início de entendimentos para aquisição da Usaciga, pertencente à CEB, a paranaense Santa Terezinha hoje coloca-se entre as maiores usinas agroindustriais do País. A empresa tem sede em Maringá (PR) e já supera as atividades da São Martinho, da ETH Bioenergia e da Açúcar Guarani, ficando atrás apenas da Cosan/Shell, da LDC-SEV (Louis Dreyfus e Santelisa Vale) e da Bunge. Considerando-se os arrendamentos, a empresa hoje conta com oito unidades de açúcar e álcool.

| O grupo indiano Shree Renuka concluiu a compra de 50,79% de participação nas duas usinas de açúcar e álcool do grupo Equipav. O negócio é avaliado em R$ 600 m e envolve o aporte de R$ 218 m da Shree Renuka na expansão das duas usinas. Ele também prevê um acordo de refinanciamento das dívidas da Equipav com seus credores. Com a transação, a empresa indiana entra no mercado sucroalcooleiro de São Paulo, mas ela já atua no Brasil desde novembro de 2009, quando adquiriu duas usinas do grupo paranaense Vale do Ivaí. O restante do capital da Equipav foi mantido pelos antigos controladores.

| A ETH Bioenergia, do Grupo Odebrecht, e a Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco), chegaram a um acordo para fundir suas operações. Juntas, as duas empresas somam ativos de R$ 3,8 bilhões, que podem chegar a mais de R$ 7 bilhões num prazo de dois anos com a conclusão de seus projetos já iniciados. Pelo acordo, a ETH deterá 65% de participação na nova empresa e a Brenco, o restante. Atualmente a Brenco conta com duas usinas praticamente concluídas e duas em construção, enquanto a ETH possui cinco unidades, das quais duas concluídas.

| O Grupo Bertin assumiu participação majoritária no capital da Infinity Bio-Energy e, com isso, reforçou sua aposta no setor de biocombustíveis. O valor do aporte não foi informado. A Infinity controla a Usinavi, de Naviraí (MS), e outras cinco unidades menores. Ela possui dívidas de R$ 500 m e encontra-se em fase de recuperação judicial.

| A brasileira Fri-Ribe e a holandesa Nutreco firmaram joint venture para atuar no mercado brasileiro de nutrição animal. Da união, surgiu a Nutreco Fri-Ribe, na qual a brasileira terá 49% de participação e a holandesa 51%. A Nutreco é uma das maiores empresas mundiais de nutrição animal. Atualmente a Fri-Ribe possui cinco unidades produtivas (SP, GO, MG, CE e PI), as quais serão a base operacional da nova empresa. Sua atuação hoje concentra-se na alimentação bovina (corte e leite) e na aquicultura, sendo que, com a nova sócia, ela pretende fazer frente à atuais líderes do setor: Evialis, Guabi e Purina.

| A Stratus, gestora de fundos de private equity, está investindo cerca de R$ 100 m para assumir uma participação de 40% na Amyris Brasil, fabricante de combustíveis e materiais químicos renováveis. A Amyris Brasil é controlada pela norte-americana Amyris Biotechnologies. O aporte da Stratus será realizado por meio do fundo Cleantech, do grupo pernambucano Cornélio Brennand e outros dois investidores. O diesel de cana e insumos substitutos da borracha são alguns dos produtos previstos para serem produzidos pela Amyris Brasil.

| Motivadas pela demanda dos mercados emergentes, as farmacêuticas Sanofi-Aventis, da França, e Merck, dos EUA, anunciaram novo acordo para unir suas atividades mundiais no setor veterinário. Isso praticamente recria a joint venture que as duas empresas mantinham até o ano passado, quando a Sanofi pagou US$ 4 bilhões para ficar com a fatia da Merck na Merial, como forma de eliminar obstáculos regulatórios à aquisição da Schering-Plough pela Merck. Atualmente a Sanofi-Aventis atua no setor veterinário por meio da Merial e a Merck por meio da Intervet/Schering-Plough. A nova empresa irá superar a Pfizer, assumindo a liderança do setor veterinário no mundo e no Brasil, onde terá pouco mais de 20% do mercado. O Brasil hoje conta com o maior rebanho bovino comercial do mundo.

Alimentos

| A Monticiano Participações, da GP Dairy, e a Laep Investments, que detém a licença da marca italiana Parmalat, assinaram acordo operacional e pretendem concorrer juntas contra os grandes laticínios brasileiros. Inicialmente será formado um consórcio entre a Leitebom, empresa em GO da GP Dairy, e a Glória Alimentos e a Ibituruna, ambas da Laep. Serão unificadas as compras de matérias-primas e a distribuição das 5 fábricas da Leitebom e das 3 da Glória/Ibituruna. Numa segunda etapa está prevista a absorção das marcas da Laep pela Monticiano e a reorganização societária dos dois laticínios. Somadas, as duas empresas possuem capacidade produtiva equivalente à da Itambé, que hoje ocupa a terceira posição no setor lácteo do País.

| Paralelamente, a Laep irá arrendar a processadora de leite de Santa Helena (GO), que pertence a sua controlada Parmalat Brasil, para o laticínio Italac. A Italac atualmente possui cinco unidades de lácteos no País. A planta de Santa Helena, assim como a de Itaperuna (RJ), não entrou na negociação entre a Laep e a Monticiano tendo em vista a recuperação judicial da Parmalat Brasil. O arrendamento amplia as operações da Italac no segmento de leite em pó, sendo que, neste ano, o laticínio também pretende investir R$ 60 m no aumento de sua produção.

| A fábrica de Carazinho (RS) adquirida pela Nestlé da Parmalat em meados de 2009 deve receber uma linha de leite em pó para exportação. A unidade é a trigésima da Nestlé no Brasil e foi reinaugurada pela empresa suíça com investimentos que já somam R$ 110 m, dos quais R$ 103 m pagos à Parmalat. O negócio com a Parmalat ainda envolveu seis postos de captação e resfriamento de leite, sendo cinco no RS e um em SC. A planta de Carazinho hoje produz leite longa vida das marcas Ninho e Molico, creme de leite, leite condensado e pré-condensado para outras plantas da empresa.

| A JBS, por meio da subsidiária Swift Australia, fechou acordo para aquisição da australiana Rockdale Beef. O valor da trasação não foi divulgado. A Rockdale Beef possui operação de carne bovina integrada com fazendas, confinamentos, fábrica de ração e frigorífico. A conclusão do negócio depende de aprovação dos órgãos oficiais. A brasileira JBS chegou à Austrália em 2007 com a compra da norte-americana Swift Foods. Depois, também assumiu o Tasman Group e a Tatiara Meat Company (TMC), na área de ovinos.

| Com aporte de R$ 197 m, Cargill concluiu a expansão de seu complexo em Uberlândia (MG), onde são produzidos amidos, óleos, adoçantes e ração derivados de milho. Esta é a maior unidade da empresa no setor fora dos EUA. Do total investido, R$ 85 m destinaram-se à montagem de uma usina de biomassa, que utilizará bagaço de cana e cavaco (resíduo de madeira plantada), para suprir o consumo de energia do complexo.

Têxtil

| A Karsten irá entrar no segmento institucional de cama, mesa e banho com duas novas divisões, a Karsten Care Health e a Karsten Care Hotel. Com isso, a empresa acirra sua disputa com a Teka. O segmento institucional atende a hospitais, restaurantes, bares e hotéis e representa em torno de 10% do mercado de cama, mesa e banho. A decisão da Karsten tem motivação nos eventos turísticos previstos para o País, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

| A coreana Hyosung vai investir US$ 100 m para instalar uma fábrica de fio elastano no Brasil. O produto deriva do petróleo e é utilizado na produção de maiôs, vestidos, blusas e jeans. A empresa coreana detém hoje 30% do mercado brasileiro, onde a liderança está com a norte-americana Invista, do Grupo Koch, com a marca Lycra. A unidade da empresa será erguida em Araquari (SC) e deve ser inaugurada em meados de 2010.

| Visando aproximar-se das fontes de matéria-prima e do mercado consumidor, a Vicunha Têxtil anunciou investimentos de R$ 350 m para instalar sua primeira fábrica no Centro-Oeste, mais precisamente em Cuiabá (MT). A região é produtora de algodão e fica mais próxima dos mercados do Sul e Sudeste do que as atuais plantas no CE e RN. A nova fábrica fará a fiação, tinturaria e tecelagem de índigo e jeans , devendo ser inaugurada em 18 meses. A Vicunha Têxtil, porém, pretende investir outros R$ 115 m para modernizar suas plantas na Região Nordeste, que deverão cada vez mais focar o mercado exportador.

Comércio

| A rede de acessórios e ferramentas para casa Multicoisas, sediada em Campo Grande (MS), prevê a abertura de 25 novas lojas franqueadas neste ano. Atualmente sua rede de franquias conta com 85 lojas distribuídas em 13 Estados e DF. A Multicoisas atua no varejo de pequenas utilidades domésticas, como plugues, cabos, adaptadores, escadas, ferramentas elétricas, parafusos e outros. Em 2010, uma das regiões prioritárias para sua expansão será o Nordeste, que receberá um centro de distribuição.

| Com investimentos programados de R$ 140 m em 2010, a Lojas Renner pretende abrir 12 novas lojas no País, sendo seis no primeiro semestre e seis no segundo. O plano também abrange a reforma de 10 das 120 unidades atuais da Renner, além de investimentos em tecnologias e logística. Dentre as novas unidades previstas para este ano, destacam-se as de Maceió (AL) e de Palmas (TO), localidades onde a Renner ainda não atua.

| A rede de supermercados Bretas pretende investir R$ 70 m neste ano para ampliar seu número de lojas de 59 para 71. A Bretas é o quinto maior grupo supermercadista do País e o primeiro de capital totalmente nacional. De suas 59 lojas atuais, 42 estão em MG, 16 em GO e uma na BA. Sua expansão será nas regiões em que já atua, dando preferência a cidades médias do interior, tais como Vitória da Conquista, Itumbiara (GO), Pirapora (MG), Paracatu (MG), Uberlândia (MG) e outras.

| A Hering vai acelerar seu plano de expansão de lojas e prevê a abertura de 129 unidades num prazo de três anos. Com isso, até o final de 2012 a varejista têxtil pretende atingir 405 lojas, frente às 276 detidas ao final de 2009. A decisão da empresa baseia-se na expectativa de lançamento de novos shopping centers no País, com destaque para a Região Nordeste. As novas lojas serão pelo sistema de franquia, o que reduz a necessidade de capital pela empresa.

| As redes varejistas Insinuante (da BA) e Ricardo Eletro (de MG) decidiram fundir suas atividades e estão criando a Máquina de Vendas. A nova empresa nasce com 528 lojas e presença em 200 cidades de 16 Estados. Com faturamento de R$ 5 bilhões, ela passa a ocupar a segunda posição no ranking do setor, ultrapassando o Magazine Luiza e ficando atrás apenas do Pão de Açúcar-Casas Bahia. Dentre os objetivos da Máquina de Vendas, destaca-se o crescimento programado para os mercados de RJ e SP nos próximos quatro anos. As duas bandeiras do grupo devem ser preservadas, especializando-se em regiões e em nichos diferentes.

Madeira e Móveis

| A Eucatex, recém saída de uma recuperação judicial, pretende investir R$ 140 m na expansão de suas atividades em 2010. A empresa é uma das maiores fabricantes nacionais de painéis de madeira. Do montante, R$ 80 m serão aplicados na nova fábrica de chapas finas (T-HDF) em Salto-SP e R$ 30 m destinam-se à base florestal desta unidade. A nova planta deve estar operacional em setembro deste ano e representa um investimento total de R$ 250 m.

| A Fibraplac, empresa do grupo gaúcho Isdra, pretende iniciar neste ano a construção de sua nova fábrica de chapas MDF e MDP, em Campinas (SP). Os investimentos da empresa são previstos em US$ 200 m e deverão se estender até o segundo semestre de 2014, com uma primeira etapa sendo concluída em 2012. Atualmente a Fibraplac possui unidade produtiva em Glorinha, RS.

| A chilena Masisa inaugurou em Montenego (RS) sua segunda fábrica de chapas de madeira MDP no Brasil. O empreendimento exigiu investimento de R$ 266 m, sendo que ele também prevê a implantação de uma linha de chapas MDF. A gestão de florestas para abastecer a unidade será feita em parceria com o fundo norte-americano Hancock Timber, especializado nesta atividade. A planta de Montenegro será a maior do setor de chapas de madeira na América Latina e sua produção destina-se ao mercado interno, especialmente ao pólo moveleiro de Bento Gonçalves (RS).

Materiais de Construção

| A oferta hostil da siderúrgica brasileira CSN pelo controle da cimenteira portuguesa Cimpor desencadeou verdadeira corrida ao ativo, o que alterou o próprio mapa do setor no Brasil. De um lado, a Votorantim Cimentos (VC) fechou acordo de troca de ativos com a francesa Lafarge e assumiu uma participação de 17,3% na Cimpor. Paralelamente, a VC também fechou acordo com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que detém outros 9,6% da Cimpor, estabelecendo obrigações recíprocas de voto e limites de participação. Mas a VC foi além, e acabou adquirindo mais 3,9% da empresa portuguesa pertencentes à Cinveste. Ao final, a Votorantim Cimentos pagou o equivalente a € 800 m e ficou com um total de 21,2% da Cimpor, fora o acordo firmado com a CGD.

| Com a Lafarge, a transação da Votorantim Cimentos foi na base de troca de ativos no Brasil. Com isso, a empresa francesa assumirá três fábricas no Brasil: a Cipasa (na PB) e as moagens de Candeias (BA) e de Cocalzinho (GO). Com estas unidades, a Lafarge ultrapassa a própria Cimpor no mercado brasileiro de cimento e assume a terceira posição no ranking local, passando a atuar nas Regiões NO e CO.

| Mas ainda na briga pelo controle da Cimpor, a Camargo Corrêa também jogou pesado. A empresa assumiu 22,2% da cimenteira, participação que pertencia ao grupo português Teixeira Duarte. A aquisição custou € 1,1 bilhão à Camargo Corrêa, valor ampliado para € 1,48 se somadas as participações adquiridas pela Camargo da siderúrgica espanhola Bipadosa (6,46%) e de outros acionistas que seguiram a decisão do Teixeira Duarte (2,49%). Ao final, o grupo Camargo Corrêa ficou com uma participação total de 31,1% no capital da Cimpor.

Energia

| O Grupo Odebrecht decidiu criar uma nova empresa para abrigar seus investimentos na área de energia. Com isso, está nascendo a Odebrecht Energia, empresa que tem como objetivo tornar-se a maior geradora do País num prazo de dez anos. Além de agregar ativos já disponíveis, a Odebrecht Energia também concentrará os esforços do grupo nas próximas licitações do setor. É possível que a ETH Bioenergia, em processo de fusão com a Brenco, seja agregada aos ativos da nova empresa.

| A Energimp, empresa focada em energias renováveis e controlada pelo grupo argentino Impsa, recebeu aporte de R$ 500 m por parte do FI-FGTS, fundo de investimentos em infra-estrutura da Caixa Econômica Federal. O FI-FGTS terá 45% do capital da empresa, sendo que o montante aportado será de R$ 400 m na forma de subscrição de ações ordinárias e de R$ 100 m em aporte direto. A Energimp já possui três parques eólicos no CE e arrematou mais oito projetos naquele Estado, a serem erguidos até meados de 2012 com investimentos de R$ 900 m. Também possui um conjunto de usinas eólicas em construção em SC, com investimentos orçados em mais R$ 1,3 bilhão.

Química e Petroquímica

| A alemã Lanxess, que atua no setor de especialidades químicas, vai investir € 20 m para elevar a capacidade produtiva de três de suas seis fábricas globais de borracha de alta performance, utilizada na produção de pneus. Uma destas unidades é a de Cabo de Santo Agostinho (PE). No Brasil, a empresa alemã, que já incorporou a Petroflex , conta com outras duas unidades, sendo uma em Duque de Caxias (RJ) e outra em Triunfo (RS).

| A Braskem, que com a aquisição da Quattor tornou-se a maior produtora de resinas plásticas das Américas, prepara-se para também absorver as atividades no setor da norte-americana Sunoco Chemicals. A divisão petroquímica da Sunoco está sendo adquirida por US$ 350 m e representa a porta de entrada da empresa brasileira no mercado de resinas dos EUA. Nele, a Sunoco conta com três unidades produtivas, canais de distribuição, contratos de matéria-prima (eteno) e 13% da capacidade instalada de polipropileno dos EUA. O principal mercado da empresa é o setor de autopeças.

| A Braskem também fechou com a mexicana Imesa acordo para implantar um projeto petroquímico integrado no México, empreendimento orçado em US$ 2,5 bilhões. Inicialmente, a Braskem terá 65% de participação e a Imesa os outros 35%. Mas estas participações podem ser alteradas, com a possível entrada da petrolífera Pemex no projeto. A Pemex será a fornecedora de matéria-prima (etano) do empreendimento. O novo pólo petroquímico irá produzir etileno e polietilenos em três unidades de polimerização e sua inauguração está prevista para 2015.

Petróleo e Gás

| A Petrobras prevê investimentos de R$ 4,55 bilhões na região amazônica entre 2010 e 2014. Deste montante, R$ 2,19 bilhões destinam-se ao desenvolvimento da produção, o que inclui a extração de gás em Juruá, o gasoduto Juruá-Araracanga-Urucu e mais uma unidade para processamento de gás no pólo. Outros R$ 1,56 bilhão destinam-se à exploração de oito blocos na região, sendo cinco na bacia do Solimões e três na bacia do Amazonas (onde atua em sociedade com a Petrogal, da portuguesa Galp Energia). O desenvolvimento do projeto é um desafio para a Petrobras , devido às exigências ambientais para a exploração.

| A petrolífera britânica BP PLC assumiu ativos da norte-americana Devon Energy no Brasil, México, Azerbaijão e Canadá por R$ 7 bilhões em dinheiro. Com isso, a BP entrou no rol de empresas que exploram óleo em águas profundas no Brasil (pré-sal). Ao todo, considerando suas participações anteriores, ela passa a contar com sociedade em oito blocos em mar e dois em terra. Fora do Brasil, o acordo das duas empresa reforça a posição da BP no Golfo do México e ainda lhe garante participação de 50% num projeto de areias betuminosas no Canadá, o que custará R$ 500 m adicionais.

Mineração

| A Vale firmou contrato de opção de compra da participação da norte-americana Mosaic na Fosfertil e em sua controladora Fertifos. A operação foi realizada por meio da subsidiária Mineração Naque e vem na seqüência da aquisição da Bunge Participações e Investimentos (BPI) pela Vale. O exercício do contrato está sujeito à conclusão da compra da BPI. Se confirmado, a Mineração Naque poderá assumir participação direta e indireta de 20,27% no capital da Fosfertil, sendo 27,27% das ações ordinárias. A transação implicará num investimento de US$ 1,029 bilhão pela Vale, na mesma base utilizada para a precificação das participações da BPI, da Heringer, da Fertipar e da Yara na Fosfertil. Com a aquisição de todas as participações previstas, a Vale somará 78,90% do capital da Fosfertil, o equivalente a 99,81% das ações ordinárias e 68,24% das preferenciais. O preço total do negócio chegará a US$ 4,006 bilhões.

| A Yamana, mineradora canadense de ouro, pretende investir US$ 256 m em dois novos projetos no Brasil. Tratam-se das unidades de Ernesto e Pau a Pique (no MT), que receberão aportes de US$ 116 m; e da planta de Santa Luz (na BA), ainda em fase de licenciamento, e que deverá absorver outros US$ 140 m. Atualmente, a Yamana é a segunda maior produtora de ouro no País, atrás da Anglo Gold Ashanti. Mas sua posição é seguida de perto pela também canadense Kinross, que está com projetos de ampliação de sua mina em Paracatu (MG) até 2011. A O Brasil é responsável por 30% da produção mundial da Yamana, que também conta com minas no Chile, México e Argentina.

| Com aporte de US$ 130 m, a ArcelorMittal pretende retomar e expandir a mineração de ferro de Andrade, localizada em MG. A unidade estava arrendada à Vale desde 2004 e o investimento ainda envolve a mina de Serra Azul, adquirida da London Mining em 2008. A mina de Andrade produz o suficiente para abastecer a Usina de João Monlevade, da ArcelorMittal, que produz aços longos.

| A mineradora Steel do Brasil, empresa de origem alemã com atuação no segmento de minério de ferro, anunciou acordo para a incorporação da MHAG, no RN. A transação envolve pagamento de US$ 245 m e troca de ativos de mineração. No total, ela tem valor estimado de US$ 350 m. Atualmente a MHAG possui atuação no RN, onde estão previstos a construção de um porto e de um mineroduto. A efetiva produção da empresa deve se iniciar no final de 2011, atingindo plena capacidade em 2012.

| A agência mineral chinesa ECE firmou acordo para a aquisição de 100% do capital da mineradora de ferro Itaminas, por US$ 1,2 bilhão. Os ativos da Itaminas abrangem basicamente jazidas de ferro próximas do município de Sarzedo, no quadrilátero ferrífero de MG. Sua produção atual é destinada ao mercado interno. As dívidas da empresa somam cerca de US$ 400 m e suas atividades nas áreas de reflorestamento e ferro-gusa não foram incluídas no negócio.

| A chinesa Wuhan Iron and Steel (Wisco) formalizou sua entrada no capital da MMX Mineração e Metálicos, empresa controlada pelo grupo EBX. A Wisco terá 21,5% do capital da mineradora brasileira, pagando R$ 739 m (cerca de US$ 400 m). Outros R$ 480 m poderão ser integralizados pelos acionistas minoritários, caso exerçam os direitos de preferência de subscrição. No total, o aumento de capital da MMX está previsto em R$ 1,2 bilhão, sendo que a operação faz parte de um cronograma mais amplo de aumento do seu capital. Pelo acordo, a Wisco também poderá adquirir 50% do minério de ferro a ser produzido pela MMX.

Metalurgia e Siderurgia

| A Votorantim Metais (VM) irá investir R$ 400 m para instalar duas novas prensas de extrusão na unidade produtiva de sua controlada Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) em SP. O aporte visa a expansão dos segmentos de produtos transformados, perfis de construção e embalagens de alumínio. Ele representa 40% dos investimentos previstos pela VM em 2010. A CBA é a maior fundição de alumínio do País e também avalia a instalação de uma oitava unidade produtiva.

| A Usiminas pretende investir R$ 3,2 bilhões em 2010 em suas usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP). A unidade de Ipatinga receberá a expansão de sua laminação de chapas grossas, um investimento de R$ 1,050 bilhão e com operacionalização prevista para o final de 2012. Em Cubatão, a empresa está montando uma segunda linha de tiras a quente (para bobinas de aço), empreendimento de R$ 2,53 bilhões e início de operação em meados de 2011.

| Com investimentos previstos de R$ 8,8 bilhões, a Ferrous Resources do Brasil anunciou a implantação de uma usina siderúrgica voltada à produção de placas. O empreendimento deverá ser inaugurado em 2016 em Juiz de Fora, MG. A Ferrous, empresa de origem britânica, não pretende entrar sozinha no negócio e atualmente busca um parceiro para o projeto. O grupo também tem outros planos no País, envolvendo cinco minas, um mineroduto e um porto no município capixaba de Presidente Kenedy.

Bens de Capital

| A CNH, divisão do grupo Fiat no setor de máquinas agrícolas, está inaugurando seu novo complexo industrial em Sorocaba (SP), que recebeu investimento de R$ 1 bilhão ao longo dos últimos dois anos. A unidade contará com um centro de distribuição de peças e componentes e terá atuação em toda a América Latina, produzindo colheitadeiras das marcas Case e New Holland. Com ela, a CNH eleva para quatro o seu número de fábricas no Brasil, pois hoje conta com plantas em Curitiba-PR (tratores, pulverizadores agrícolas e colheitadeiras), Piracicaba-SP (colheitadeiras e implementos para cana-de-açúcar e café) e Contagem-MG (máquinas e equipamentos para construção).

| A Fuhrländer, fabricante alemã de geradores eólicos, tem planos de investir R$ 40 m para construir uma unidade produtiva junto ao Porto de Pecém, CE. Lá, a empresa pretende produzir turbinas, mas futuramente também deve implantar uma linha de pás eólicas. A fábrica cearense deverá ser inaugurada no final deste ano.

| A norte-americana Terex , fabricante de guindastes e equipamentos para construção e mineração, vai instalar sua segunda unidade no Brasil. Aqui, a empresa possui uma linha de máquinas para pavimentação em Cachoeirinha (RS), sendo que a nova planta ficará em Guaíba (RS) e irá ampliar o mix da empresa. Os investimentos são previstos em R$ 150 m e as operações da fábrica devem ser iniciadas num prazo de 12 meses.

Materiais de Transporte

| A brasileira Akaer e a francesa Altran anunciaram a criação de uma nova empresa para atuar mundialmente no setor aeroespacial e de defesa. Pelo acordo, a Altran assumirá uma participação acionária na Akaer e está prevista a construção de uma fábrica de estruturas integradas para aeronaves no Brasil. A unidade deverá ficar em São José dos Campos (SP) e abrigará a produção de outros segmentos aeronáuticos como o de tubulações, cablagem e prestação de serviços de manutenção. O investimento previsto é de aproximadamente US$ 50 m.

| O grupo financeiro BTG Pactual, por meio de seu braço de private equity, assumiu uma participação minoritária nas atividades brasileiras da montadora de veículos Mitsubishi Motors  (MMCB). O valor e a participação não foram divulgados, mas o BTG terá assento no conselho da empresa. Atualmente o Brasil é o quinto maior mercado de veículos do mundo. Aqui, a Mitsubishi Motors possui fábrica em Catalão (GO).

Eletrônicos

| A taiwanesa AOC, uma das maiores fabricantes mundiais de monitores, está finalizando estudos para implantar uma fábrica de televisores de LCD no Brasil. A unidade deve ficar na Zona Franca de Manaus, sendo que um dos objetivos da empresa é diversificar sue processo produtivo no setor, hoje concentrado na China. O valor e o cronograma do aporte não foi detalhado pela empresa. A AOC é controlada pelo grupo TPV (Top Victory Electronics), que conta com nove fábricas no mundo.

| Com investimentos de R$ 20 m em equipamentos, a holandesa Philips iniciou sua produção de telas de cristal líquido (LCD) em Manaus, AM. A fabricação de LCDs da empresa será exclusivamente voltada à montagem de televisores. Tal como as demais empresas do setor, antes a Philips atuava em Manaus basicamente por meio da montagem de telas e dispositivos importados.

Tecnologia da Informação

| A Linx, empresa especializada em sistemas de informática e gestão para o comércio varejista, recebeu um aporte do BNDES, que ficará com 21,7% de seu capital. Com os novos recursos, a Linx concretizou duas aquisições: a CSI, fabricante de sistemas para automação de pontos de venda; e a Intercommerce, empresa de software voltada aos ramos de material de construção e eletroeletrônicos.

| A Portugal Telecom fechou a aquisição da brasileira GPTI, empresa especializada em softwares e serviços de tecnologia da informação (TI). A transação foi efetivada por troca de ações, sendo que a GPTI será absorvida pela Dedic, empresa de call center do grupo português. O valor do negócio não foi divulgado, mas envolve entre 5% e 20% de participação na Dedic, dependendo dos resultados da GPTI até o final de 2011. A GPTI possui dívidas de R$ 80 m, as quais serão absorvidas pela Dedic. Com a nova empresa, a Dedic torna-se a quarta maior do País no setor de TI.

Comunicações

| O grupo francês Vivendi, novo controlador da GVT, anunciou investimentos de € 250 m na operadora de telefonia brasileira. Os recursos serão direcionados ao plano de expansão da empresa, bem como ao reforço de seu balanço patrimonial. Em abril, a GVT inaugura seus serviços de telefonia fixa e banda larga em três novas cidades da Região Nordeste (João Pessoa e Campina Grande, na PB; e Fortaleza-CE). Nesta região, a GVT já conta com atividades em Salvador (BA) e em Recife (PE).

| O Grupo Editorial Nacional (GEN), líder na área de livros técnicos, científicos e profissionais (CTP), fechou sua quinta aquisição. Desta vez trata-se da editora Forense Universitária, que atua nos segmentos de direito e ciências sociais. Com isso, o GEN eleva para seis o número de editoras sob seu comando. O valor da transação não foi divulgado. Atualmente o GEN controla as editoras Método, LTC, Guanabara, Santos e LAB.

| E a principal concorrente do GEN, a gaúcha Artmed, que em 2009 assumiu as operações da norte-americana McGraw-Hill no Brasil, fechou a aquisição da paulista Artes Médicas, numa operação envolvendo pagamento e troca de ações. A Artes Médicas também é uma empresa do segmento de livros CTP, mais precisamente com foco em livros de medicina e principalmente de odontologia.

| A Globo Comunicação e Participações e o grupo gaúcho RBS uniram-se para criar uma nova empresa, cujo nome ainda não foi definido. Com investimentos de R$ 240 m esta empresa irá atuar de forma independente das duas sócias, focando-se na promoção, produção e realização de eventos em esportes, entretenimento, educação, on-demand e feiras. A Globo terá participação de 60% e o RBS ficará com os 40% restantes.

Imobiliário

| A Aliansce Shopping Center concluiu sua oferta primária e secundária de ações, operação que movimentou um total de R$ 643,5 m, dos quais 70% (R$ 450 m) referentes à colocação primária. A Aliansce atualmente conta com 13 shopping centers em operação e dois em construção (o Boulevard, em Belo Horizonte-MG, e o Shopping Maceió em AL). A empresa é controlada pela Gbp Brazil.

| A incorporadora imobiliária Inpar conseguiu levantar R$ 280 m com sua oferta primária de ações, considerando-se os lotes adicional e suplementar. Os recursos deverão ser utilizados em novos projetos imobiliários e capital de giro. O principal acionista da empresa é o Paladin Realty Partners, que também atuou na compra dos papéis emitidos.

| A PDG Realty realizou sua oferta secundária de ações, operação que rendeu R$ 1,407 bilhão ao acionista vendedor, o FIP PDG. A operação ainda pode chegar a R$ 1,6 bilhão caso seja vendido o lote suplementar. Os acionistas do FIP PCP, que detém 100% do FIP PDG, atuaram na compra e ficaram com 36% da oferta (cerca de R$ 509 m). Com isso, o FIC PCP (ex-sócios do Banco Pactual ) passa a ser investidor direto na PDG.

| A Brazil Hospitality Group (BHG) fechou a compra do Hotel Recife Palace, na capital pernambucana. O valor da transação não foi divulgado. A operação foi efetivada uma semana após a BHG também comprar o Hotel Internacional Foz, em Foz do Iguaçu (PR), transação cujo valor também não foi informado. Ao final de janeiro, a empresa já havia anunciado a ampliação de sua participação para 75% no Condomínio Edifício Bahia Mar, em Salvador (BA). A BHG originou-se da Invest Tur, incorporada pela LA Hotels (GP Investimentos).

| O grupo francês Accor, juntamente com seus parceiros, fundos de pensão e incorporadoras, deve investir R$ 1,2 bi até 2012 para abrir 75 hotéis na América Latina. No Brasil, a rede Accor é líder de mercado com 143 unidades, sendo que o País deverá receber 80% dos investimentos. Aqui será investido quase R$ 1 bilhão para o lançamento de 64 empreendimentos, dos quais dois pela própria Accor e o restante por terceiros. Destes 64 hotéis, 51 serão das bandeiras Ibis e Formule 1, focadas no segmento econômico. As 13 unidades restantes serão hotéis quatro estrelas e levarão as marcas Novotel (4) e Mercure (9).

| A BR Properties, empresa que atua no setor imobiliário comercial, realizou sua oferta primária e secundária de ações, operação que movimentou R$ 934 m. Este valor, porém, pode se elevar a R$ 1,07 bilhão com a colocação do lote suplementar. A oferta primária foi responsável por uma fatia de R$ 747 m da operação, sendo que os recursos serão utilizados na compra de imóveis comerciais e empresas para o portfólio. Os R$ 186 m da colocação secundária irão para diversos fundos de investimentos e investidores qualificados.

| A farmacêutica EMS, laboratório líder na fabricação de medicamentos genéricos, está ingressando no setor imobiliário. A empresa possui um banco de terrenos com potencial de R$ 2 bilhões em lançamentos, os quais comporão a nova ACS Incorporadora. A ACS atuará em diversos segmentos, de loteamentos a imóveis residenciais e comerciais, e, por enquanto, sua base ainda concentra-se nas regiões de Campinas e do ABC, em SP, onde a EMS possui laboratórios. A investida da EMS segue o exemplo de outras grandes empresas não imobiliárias, como o Grupo Vicunha (que criou a Fibra Realty) e o laboratório Aché (dono da Partage).

| A General Shopping reiniciou dois de seus projetos de expansão, paralisados em 2008 por conta da crise mundial. Juntos, os dois empreendimentos representarão um crescimento de 30% na área locável da empresa até 2011. Os novos shoppings ficam em Barueri (SP) e no Rio de Janeiro, sendo que o grupo também está ampliando outros dois empreendimentos já existentes. O montante dos investimentos não foi divulgado.

| A construtora e incorporadora Gafisa captou R$ 1,063 bilhão em sua nova oferta primária de ações. A operação contou com a colocação do lote suplementar de 15%. Esta foi a terceira distribuição de ações da Gafisa, que deve utilizar 75% dos recursos obtidos na compra de terrenos, estabelecimento de parcerias e novos lançamentos. Os 25% restantes serão destinados ao capital de giro da empresa. Com a operação, o percentual do capital da Gafisa em circulação no mercado chega perto de 70%.

Transportes

| A Elog, subsidiária da Ecorodovias responsável pelas plataformas logísticas da empresa, receberá um aporte de R$ 92 m do fundo de investimentos em participações (FIP) Logística Brasil, da BRZ Investimentos. A Ecorodovias é a concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a capital paulista ao litoral, mas também possui operações no RS e no PR. Pelo acordo, o Logística Brasil assumirá 20% do controle da Elog. Além dos sistemas logísticos da Ecorodovias, a Elog atualmente responde pelo Ecopátio Cubatão (terminal retroportuário próximo ao Porto de Santos, SP) e pelo Ecopátio Bracor Imigrantes (centros de distribuição e recintos alfandegados).

| E a oferta de ações realizada pela Ecorodovias, composta de uma emissão primária e uma distribuição secundária, atingiu o montante de R$ 1,37 bilhão. Do montante levantado na oferta primária (R$ 874 m), cerca de 25% será utilizado para investimentos nas atividades atuais da concessionária, 35% na aquisição de novos ativos e 40% em operações de concessão rodoviária. Na oferta secundária foram vendidos papéis detidos pela CR Almeida e sua controlada Primav Construções.

| A OSX Estaleiros, subsidiária da OSX Brasil, fechou acordo de cooperação técnica e de aporte de recursos com a sul-coreana Hyundai Heavy Industries. Pelos termos, a Hyundai irá assumir 10% das ações da OSX Estaleiros e fornecerá tecnologia e treinamento na área de construção naval. A OSX irá construir um estaleiro de US$ 2 bilhões em SC, dedicado à montagem de unidades de exploração e produção marítima de petróleo e gás natural. O estaleiro terá três divisões: construção naval, afretamento de unidades e prestação de serviços.

| E a própria OffShore Services X (OSX Brasil), empresa do Grupo EBX, realizou sua abertura de capital em bolsa e levantou R$ 2,82 bilhões com a oferta. Basicamente, a empresa ainda encontra-se em fase pré-operacional, mas conta com uma demanda inicial de 48 projetos, nos próximos dez anos, por parte de sua coligada OGX, empresa de exploração de petróleo do Grupo EBX.

| A AG Angra Investimentos adquiriu uma participação de 40,5% na paranaense Rocha Top, empresa de terminais e operadores portuários. O aporte da gestora foi de R$ 140 m em recursos novos. A Rocha Top tem como principal atividade a movimentação portuária de granéis sólidos, especialmente fertilizantes. Com os novos recursos, ela pretende ampliar sua capacidade de armazenagem. A empresa atua nos portos de Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e São Francisco do Sul (SC). A AG Angra é uma joint venture entre a Andrade Gutierrez e a Angra Partners.

Serviços

| A TAM, maior empresa aérea do país, pretende consolidar-se como segunda maior operadora de turismo, atrás apenas da CVC. Para tanto, a TAM Viagens pretende mais do que dobrar de tamanho nos próximos dois anos, ampliando seu número de lojas das atuais 70 para 182. O crescimento deverá ser por meio de franquias, mas ainda está sendo formatado.

| E a Multiplus, subsidiária da TAM responsável pela rede de fidelização e programa de milhagem da empresa, realizou a abertura de seu capital em bolsa. A operação rendeu R$ 692 m ao caixa da empresa, recursos que serão utilizados na compra antecipada de passagens da TAM. Na oferta pública, os investidores estrangeiros ficaram com 82% da colocação, sendo que a empresa estreou no mercado valendo R$ 2,6 bilhões.

| O Ibmec Educacional, controlador das faculdades Veris, Ibmec Rio, Ibmec Belo Horizonte e Ibmec Brasília, anunciou a venda de uma participação minoritária em seu capital para um dos fundos de private equity do norte-americano Capital International. A operação teve valor de R$ 130 m e será na forma de aporte de capital. Ela marca a entrada do Capital International na área de ensino no Brasil. Dentre os planos de investimento da Ibmec Educacional, destacam-se a construção de novos campi, sua entrada no sistema de ensino a distância e em novas tecnologias de gestão educacional.

| A mineira Kroton adquiriu a totalidade do capital da mato-grossense Iuni, numa operação avaliada em R$ 422 m. Deste montante, R$ 192 m serão pagos em dinheiro ao fundador do Iuni, que ainda ficou com 6,31% do capital da Kroton, equivalentes a R$ 80 m. Além disso, a instituição mineira, controlada pelo fundo norte-americano Advent, ainda assumirá dívidas de R$ 150 m do Iuni. A transação não incluiu duas importantes faculdade do Iuni: a Uninorte (AC) e a Uniron (RO), que representavam 15% de sua receita. Não haverá sobreposição regional entre as faculdades dos dois grupos, sendo que a Kroton detinha 24 unidades no Sul e Sudeste e irá absorver 16 no CO, NO e NE.

| A Foz do Brasil, empresa de saneamento do grupo Odebrecht, arrematou a concessão do sistema de esgoto de Blumenau (SC) pelo prazo de 35 anos. O contrato prevê investimentos de R$ 185 m nos próximos 5 anos, elevando o tratamento de esgoto de 30% para 70%. Nos 35 anos da concessão, o investimento total previsto é de R$ 300 m.

| O Laboratório Fleury, empresa do setor de diagnósticos, vai investir em 2010 um total de R$ 208 m no crescimento orgânico de sua rede. Atualmente com 153 unidades, o Fleury prevê a abertura de 70 novos locais, além de reformas, com aporte de R$ 61 m. Outros R$ 100 m serão destinados à compra de equipamentos, R$ 33 m em tecnologias e R$ 14 m em investimentos diversos. O valor não abrange eventuais aquisições pelo grupo.

Outros Setores

| A Hypermarcas anunciou quatro incorporações seguidas. Primeiro, a empresa de bens de consumo comunicou a compra da fabricante de fraldas Sapeka por R$ 368 m, sendo R$ 225 m à vista e o restante em ações. Os ativos da Sapeka se somarão aos da Hydrogen e da Pom-Pom, consolidando a Hypermarcas como terceira maior fabricante no segmento de fraldas infantis. Em seguida, a empresa anunciou acordo para assumir a fabricante de produtos de higiene pessoal York, por R$ 100 m, e da Facilit, por R$ 79 m. A York atua em segmentos como o de hastes flexíveis, curativos, absorventes e algodões. Já a Facilit Odontológica atua no segmento de higiene bucal (escovas de dente, fios dentais e outros) com a marca Sanifill. Já no setor de medicamentos, a Hypermarcas assumiu a Luper Farmacêutica, que tem em sua linha produtos como Gastrol, Virilon e Dramavit. A empresa irá custar R$ 52 m, dos quais 60% à vista. Para amparar seu agressivo ritmo de aquisições, a Hypermarcas efetivou mais uma captação de recursos no mercado de ações. Desta vez a operação somou R$ 1,09 bilhão, que pode chegar a R$ 1,23 bilhão, caso seja exercido o lote suplementar. A empresa de bens de consumo utilizará a totalidade dos recursos na aquisição de novas companhias, ativos e marcas.

| A farmacêutica brasileira Biolab e a alemã Merz formaram joint venture para atuar no mercado de estética. Da união, está nascendo a Merz Biolab Farmacêutica, que receberá investimento de € 20 m para montar sua estrutura no Brasil. A sociedade terá como carro chefe o produto Xeonin, toxina botulínica concorrente do Botox (da norte-americana Allergan) e do Dysport (da francesa Ipsen). O Brasil é hoje o segundo maior mercado mundial de toxina botulínica. A Merz terá 61% da nova empresa e a Biolab ficará com 39%. A Biolab conta atualmente com três fábricas no Brasil, todas na Grande São Paulo.

| A Komeco, fabricante de aquecedores solares, a gás e condicionadores de ar, além de pisos e utilidades domésticas, está investindo R$ 20 m em uma nova unidade produtiva em Palhoça, SC. O objetivo é ampliar a produção de aquecedores solares e viabilizar a importação de itens de refrigeração. Serão agregados ao portfólio coifas, cooktops, umidificadores e desumidificadores de ar. Dentre os produtos importados, que levam a marca Komdelli, destaca-se o filetamento e congelamento de pescados.

| Com o aquecimento do mercado de latas de alumínio para a indústria de bebidas, a Crown Embalagens Metálicas está antecipando investimentos de US$ 90 m para duplicar duas de suas três fábricas no País. As unidades beneficiadas serão as de Estância (SE) e Ponta Grossa (PR), sendo que esta última só deve entrar em operação no início de 2011, após investimentos de US$ 70 m. Além delas, a empresa também possui planta em Cabreúva, SP. A Crown Embalagens é uma joint venture entre a gaúcha Petropar e a norte-americana Crown Holdings. Já na Crown Tampas, fabricante de tampas plásticas, a Petropar está assumindo os 50% da sócia norte-americana. A transação custará US$ 14,5 m e, com o controle integral da empresa, a Petropar pretende ampliar exportações para a América Latina. A Crown Tampas possui fábricas em Manaus (AM) e em Venâncio Aires (RS).

| O grupo português Sonae concluiu a reestruturação de sua área de seguros e resseguros no Brasil. O processo envolveu a incorporação de duas corretoras locais adquiridas em 2009 e a mudança de seu nome. Com isso, a corretora de seguros do grupo, a Lazan-MDS, passou a operar como MDS, mantendo, porém, a parceria com o grupo Suzano, que teve sua participação reduzida de 55% para 51%. Foram absorvidas a Miral, do Rio de Janeiro, e a ADDMakler, de Blumenau-SC. O objetivo da MDS é tornar-se o maior grupo ibero-americano de corretagem de seguros e gerenciamento de riscos, sendo o mercado brasileiro crucial para isto.


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