Ambiente Macroeconômico e de
Investimentos
A expectativa de uma recuperação consistente da economia brasileira, especialmente quando comparada à economia mundial, já provocou forte melhora no cenário financeiro interno. Ações e câmbio caminham para patamares vigentes antes da crise e os juros hoje equilibram-se em níveis bem mais razoáveis. A questão, porém, é se há fundamentos para que os ativos, em especial as ações das empresas, continuem sua escalada positiva. Para que isto ocorra, não basta a recuperação da economia no curto prazo. O ganho de participação do País na cena global precisa ser percebido como robusto e duradouro. Essa é uma discussão que ainda deve amadurecer nos próximos meses, mas, hoje, já se percebe entre os agentes um certo clima de confiança no assunto.
Seja como for, a melhora das expectativas foi suficiente para uma retomada nos projetos e negócios. Isso era esperado e fica bem evidenciado pela quantidade de notícias dos últimos meses. Entretanto, o maior destaque no período foi o reinício das captações das empresas com a emissão de ações. Em Junho e Julho ocorreram diversas operações (Visanet, MRV Engenharia, BR Malls, Natura, Hypermarcas, Light, BRF Brasil Foods e Dasa), em valores significativos e, o principal, com boa aceitação dos investidores. No geral, este tipo de operação tende a continuar crescendo nos próximos meses, o que, aliás, deve auxiliar a própria retomada da economia real.
CENÁRIO ECONÔMICO |
2006 |
2007 |
2008 |
2009* |
2010* |
PIB (PM) - Var % |
4.0 |
5.7 |
5.7 |
-0.4 |
3.6 |
Inflação IPCA - Var %
|
3.1 |
4.5 |
5.9 |
4.5 |
4.4 |
Tx de Câmbio - R$/US$ Fim
Ano |
2.138 |
1.771 |
2.337 |
1.90 |
1.97 |
Tx de Juros Nominal - %
Acum. Ano |
15.1 |
11.9 |
12.5 |
9,8 |
8.9 |
Dívida Pública - % PIB
|
44.0 |
42.0 |
36.3 |
41.5 |
40.0 |
Saldo Comercial - US$
Bilhões |
46.1 |
40.1 |
24.7 |
23.1 |
19.0 |
Trans. Corrente - US$
Bilhões |
13.6 |
1.6 |
-28.3 |
-15.0 |
-22.1 |
Investimentos Diretos - US$
Bilhões |
18.8 |
34.6 |
45.1 |
25.0 |
27.1 |
* Fonte: Focus - Relatório de
Mercado - 31/07/2009 (Banco Central do
Brasil)
Agroindústria
| O Grupo Amaggi, uma das
maiores tradings agrícolas do País, adquiriu mais 11% da
norueguesa Denofa e
tornou-se sua controladora com 51% de participação. O valor da
transação não foi divulgado, mas com ela a empresa brasileira passa
a controlar uma planta de esmagamento de soja na Noruega e uma
beneficiadora de óleo de canola na Polônia. Os 49% restantes da
Denofa
permanecem com a antiga
controladora, a Norgrain, que antes detinha 60% de seu capital.
| A Sementes Selecta ampliou a atuação de sua processadora de soja em
Araguari, MG. A fábrica estava em construção quando a
Selecta
complicou-se
financeiramente e sua conclusão chegou a ficar ameaçada. Nela já são
produzidos óleo e farelo de soja desde fevereiro, sendo que agora
também irá fabricar concentrados de proteína de soja (SPC), produto
substituto da proteína animal. Os investimentos na unidade somaram
US$ 120 m. A Sementes Selecta atualmente
encontra-se em recuperação judicial e já vendeu suas atividades de
originação de soja e outros grãos para a argentina Los
Grobo e para o fundo Pactual Capital
Partners (PCP). A Los
Grobo ainda ficou com opção de assumir parte da fábrica de
Araguari, assim como a própria marca
Selecta.
| A Syngenta irá construir
sua primeira unidade de mudas de cana-de-açúcar em Itápolis (SP),
numa região atualmente produtora de laranjas. Os investimentos
previstos são de US$ 26 m e a produção e comercialização estão
previstas para a partir de 2011. O projeto de cana-de-açúcar da
empresa, denominado Plene, prevê a implantação de até quatro fábricas, sendo que o investimento pode chegar a US$ 100 m.
| A Cosan confirmou a
aquisição das atividades sucroalcooleiras da Nova
América, operação que dará à Rezende
Barbosa, ex-controladora da Nova
América, uma participação de 11,89% na empresa compradora.
A transação havia sido inicialmente informada pelas duas empresas em
março. Ela será efetivada por meio da incorporação da
Curupacy Participações, que reúne os
negócios de açúcar e álcool da Nova América. Com
isso, a Cosan amplia de 19 para 23 o total de
usinas sob seu controle. Mas também incorpora a marca de açúcar
União, duas refinarias, quatro empacotadoras de
açúcar, 51% da Teaçu Armazéns Gerais e 8% do
Terminal Exportador de Álcool,
em Santos (SP). O valor patrimonial incorporado é da ordem de R$ 334 m.
| E
com investimentos previstos em R$ 80 m, o
grupo Gafor, do setor de logística, fechou acordo
com a Cosan para realizar o corte, carregamento e
transporte de cana-de-açúcar da Usina Bonfim, de Guariba (SP). O acordo tem valor de aproximadamente R$ 350
m pelo prazo de cinco anos e representa uma diversificação de
atividades para a Gafor. Os investimentos
da empresa serão realizados em caminhões, colheitadeiras e
implementos rodoviários. Atualmente, a Cosan possui
acordo semelhante com o grupo Júlio Simões para a
Usina Gasa, de Andradina (SP), sendo que tanto a
Gafor quanto a Júlio Simões já
prestam serviços deste tipo para o setor de papel e celulose.
| A M.Cassab pretende inaugurar três novas
unidades na área de nutrição animal até 2015 com investimentos previstos entre
R$ 23 m e R$ 28 m, a. A empresa, que em fins
de 2007 assumiu a Cargill Nutrição Animal
em Cascavel (PR), prevê a abertura de uma nova planta
para alimentação bovina em Campo Grande (MS), em substituição à atual; de
uma unidade voltada para a alimentação suína em Xanxerê (SC); e de
outra para bovinos em Vila Maria (RS), onde recentemente inaugurou um
centro de distribuição. Também encontra-se em estudos a ampliação da
unidade de Cascavel. A M.Cassab atua em um amplo leque de
setores, como química fina, nutrição humana, utilidades domésticas,
brinquedos (distribuidora exclusiva da Lego) e varejo.
| A empresa de fertilizantes
Galvani ampliou para R$ 230 m o seu orçamento de
investimentos no desenvolvimento do projeto Serra de
Salitre, em MG. O
empreendimento prevê a implantação e operação de uma jazida de
fosfato cuja produção, após o beneficiamento do minério, será
direcionada à fabricação de concentrado fosfático. A unidade deverá
entrar em operação em 2011 e abastecerá o complexo da
Galvani
em Paulinia (SP). Além de
Serra do Salitre, a empresa também prevê explorar, com parceiros, uma jazida em Santa Quitéria (CE).
Alimentos
| Com dívidas da ordem de R$ 40 m, a
Renar Maçãs receberá um aporte de capital de R$ 20
m por parte do fundo Endurance Partners Capital, que vai compartilhar o controle da empresa. Se todos
os acionistas minoritários exercerem os direitos de compra, a
participação final do Endurance na
Renar
será da ordem de 25,4%, equivalente à dos atuais sócios controladores. Se não houver adesão, esta fatia pode chegar a 50%. Em qualquer hipótese, o fundo ficará como maior acionista individual da empresa.
| A pernambucana Netuno,
líder brasileira na industrialização de pescados, uniu-se ao grupo
japonês Nissui, líder mundial no setor, e formaram
a Netuno Internacional. O negócio é da ordem de US$
80 m e cada sócia terá 50% de participação. A nova empresa contará
com um aporte de US$ 20 m por parte da Nissui e
deverá entrar em funcionamento ainda neste ano. Com a sociedade, a
Netuno
retoma o investimento de R$ 100 m na produção e beneficiamento de tilápias em Belém do São Francisco, PE.
| Foi oficializada a criação da BRF
Brasil Foods, com a alteração do nome da
Perdigão. A fusão entre a Sadia e a
Perdigão, porém, ainda encontra-se sob análise dos
órgãos reguladores, que exigiram que a primeira mantenha estrutura
independente como forma de garantir uma eventual reversibilidade da
operação. Mas a BRF já realizou uma oferta de ações
em mercado e arrecadou R$ 5,29 bilhões. Os recursos devem ser
direcionados ao equilíbrio de sua estrutura de capital, mais
precisamente ao pagamento de dívidas da Sadia. Tanto que já
foi definida a transferência imediata de R$ 950 m para a empresa.
Com a colocação de papéis em mercado, o free float
da gigante de alimentos subiu para cerca de 75%.
| E
a própria Sadia vendeu sua
participação de 60% na Concordia Ltd,
subsidiária na Rússia, para a sócia local Miratorg. A unidade processa carne
in natura
importada do Brasil e a operação
rendeu US$ 77,5 m à empresa catarinense. A transação já estava
acertada antes da criação da BRF Brasil Foods e não
altera a divisão de ativos entre a Sadia e a
Perdigão
na nova companhia.
| A Marfrig Alimentos
confirmou acordo para incorporar as atividades brasileiras da
Doux Frangosul no segmento de carne de perú. A
Marfrig irá pagar R$ 65 m na transação, que inclui
a unidade de abate em Caxias do Sul (RS), uma fábrica de ração, um
incubatório e quatro granjas. Também assumirá os compromissos com
mais de 300 produtores integrados. A operação marca a entrada da
Marfrig na área de
perús, sendo que a empresa já atua com carne bovina, suínos, de
frango e de cordeiro. Com ela, a empresa irá concorrer diretamente com a BRF
Brasil Foods, que tem uma participação superior a 80% no segmento.
| A Marfrig também acertou
o arrendamento do abate bovino do frigorífico Extremo
Sul, em Capão do Leão (RS). O valor do contrato não
foi divulgado, mas ele terá duração de três anos a partir do mês de
agosto. Na região, a Marfrig já possui unidades nos
municípios de São Gabriel, Bagé, Roca Sales e Caxias do Sul (estas
últimas na área de suínos e aves), o que deve propiciar sinergias de
logística e abastecimento. A unidade do Extremo Sul
está habilitada a exportar carne para a União Européia, para a
Rússia e para o Chile e estava arrendada para o frigorífico
Mercosul
desde o final de 2002.
| O Grupo JBS anunciou o
arrendamento de cinco das seis plantas industriais antes operadas
pelo frigorífico Quatro Marcos no MT. As unidades
estavam paralisadas desde que a Quatro Marcos
entrou em recuperação judicial, no final de 2008. Com as plantas de
Cuiabá, Colider, Juara, Alta Floresta e São José dos Quatro Marcos,
o JBS
chega a nove unidades de abate e desossa de bovinos no Mato Grosso e garante presença em todas as regiões produtoras do Estado. Os valores e prazos da transação não foram divulgados.
| Na sequência, a JBS
anunciou a abertura do capital de sua subsidiária norte-americana, a
JBS USA, na bolsa de Nova York (Nyse). O objetivo é
captar aproximadamente US$ 2 bilhões e estabelecer bases para
futuras incorporações internacionais pagas em ações. Com a operação,
o grupo controlador da matriz brasileira, que hoje detém 50,1% de
seu capital, não cede espaço no comando da companhia. A JBS
USA
representa cerca de 78% do faturamento do grupo e abriga os ativos situados nos EUA e na Austrália. A operação deve envolver entre 25% e 30% de seu capital e será composta de uma oferta primária e outra secundária.
| A suíça Nestlé arrendou
por 35 anos a unidade da Parmalat Brasil em
Carazinho (RS), a maior planta da empresa de laticínios controlada
pela Laep Investments. O valor da transação não foi
divulgado, mas é estimado em R$ 100 m. A Parmalat
Brasil encontra-se em recuperação judicial, o que
prejudicou a intenção original da Nestlé de
adquirir a unidade gaúcha. Lá são produzidos leite longa vida,
leites especiais, leite em pó, leite condensado e creme de leite.
Com o arrendamento, a Parmalat
passa a concentrar sua produção na Região Sudeste.
Bebidas
| A Santa Clara
Participações adquiriu as marcas de refrescos em pó
Frisco e Tornado, que pertenciam à
anglo-holandesa Unilever. A
Santa Clara é uma joint venture entre a israelense
Strauss e a São Miguel Holding, do
RN. Possui forte atuação no mercado de café com as marcas 3
Corações, Santa Clara e
Pimpinela. O interesse da empresa no segmento
de sucos em pó, que há anos encontra-se estagnado, deve-se
à possibilidade de diluição de custos de distribuição. A
aquisição envolve apenas as marcas, sendo que a Santa Clara deve
construir uma unidade própria em Mossoró (RN).
| Com investimentos de R$ 12 m, a
norte-americana The Coca-Cola Company, por meio da
Coca-Cola Guararapes, está ampliando sua
engarrafadora em Petrolina (PE) com a instalação de uma linha de
garrafas PET. O objetivo é atender o interior de PE e da BA, mercado
antes abastecido pelas duas unidades da Guararapes no
litoral
de PE. Estas últimas terão sua produção voltada para outras regiões
da BA, PB e PE. E na área de sucos prontos para beber, a
Coca-Cola Brasil fundiu suas marcas sob o nome
Del Valle. A partir de agora, a Minute Maid
Mais e a Kapo serão transformadas em
Del Valle Mais e Del Valle Kapo.
Também foi criada a Del Valle Frut, voltada para o
público jovem. O objetivo é tornar a marca Del
Valle uma referência no setor de sucos, papel semelhante ao
desempenhado pela Coca-Cola
na área de refrigerantes.
Comércio
| O Grupo Pão de Açúcar
anunciou a compra da Globex Utilidades, o que
envolve a rede varejista Ponto Frio e outras
empresas controladas. O valor da transação foi de R$ 824,5 m e ela
abrange 70,24% do capital total da Globex. Do
montante, 45% serão pagos à vista, sendo que uma parte da transação
poderá ser liquidada com ações da holding
CBD, controladora do Pão de
Açúcar. Atualmente o Ponto Frio conta com
455 lojas distribuídas em 10 Estados e é a segunda maior rede de
eletrônicos e eletrodomésticos do País. Seu controle recoloca o
Pão de Açúcar na liderança do varejo brasileiro,
sendo que o faturamento do grupo amplia-se para R$ 26 bilhões. Na
estrutura do Pão de Açúcar, o Ponto
Frio será uma central de compras de
produtos eletroeletrônicos, inclusive para as redes
Extra
e Extra Eletro.
| Já no segmento conhecido por atacarejo, o
Pão de Açúcar decidiu comprar os 40% restantes da
Rede Assai, cujo controle acionário já havia sido
adquirido em 2007. Pelo acordo, a CBD irá pagar R$
175 m e ficará com todo o capital da Barcelona Comércio
Varejista e Atacadista, empresa que controla o
Assai. A intenção do Pão de Açúcar
é ampliar a rede do Assai das atuais 32 lojas para
62 unidades até o início de 2011. Mas outras lojas do grupo
Pão de Açúcar também
poderão ser convertidas para o formato atacarejo ao longo deste período.
| Com os mercados do Sul e Sudeste
saturados, a Casas Bahia, empresa com sede em São
Caetano do Sul (SP), anunciou a aquisição da Rede
Romelsa, que possui 17 lojas na região de Salvador, BA. O
valor da transação não foi divulgado. A Romelsa
vende eletrodomésticos e móveis. Suas lojas serão fechadas para
reforma e devem reabrir com o novo nome. A expectativa da
Casas Bahia
é chegar ao final de 2010 com 49 unidades na BA, onde está construindo um centro de distribuição em Camaçari com investimentos de R$ 42 m.
| O Grupo Silvio Santos,
por meio da BF Utilidades, adquiriu a rede
paranaense Dudony, que atua no varejo de móveis e
eletrodomésticos com 110 lojas, sendo 11 no interior de SP. A
aquisição custou R$ 25,6 m ao Silvio Santos, o que
equivale a pouco menos de um quarto das dívidas da
Dudony. A Dudony encontra-se em
recuperação judicial desde dezembro e, com ela, a BF
Utilidades fortalece a atuação da rede varejista
Baú Crediário, que hoje possui 20 lojas.
| A rede Makro, maior
atacadista do mercado brasileiro, inaugurou mais três lojas, sendo
duas em São Paulo (Taubaté e Franca) e uma no Rio de Janeiro (Volta
Redonda). As unidades paulistas exigiram investimento de R$ 30 m e a
loja fluminense outros R$ 21 m. Estes aportes fazem parte do
orçamento de R$ 240 m em investimentos do Makro
para este ano, quando estão previstos a inauguração de dez lojas, dez restaurantes e 14 postos de combustíveis.
| O grupo alemão Celesio
assumiu o controle da Panpharma, maior
distribuidora de medicamentos do mercado brasileiro. A transação
envolve 50,1% das ações da empresa, que controla as distribuidoras
Panarello, American Farma e
Sudeste Farma. Ela consiste num aumento de capital,
sendo que o grupo Celesio, que atua em 14 países,
ainda terá opção de ampliar sua fatia na empresa. A
Panpharma
possui sede em Goiânia (GO) e atualmente é responsável por 17% do mercado atacadista de medicamentos no País. O valor da transação não foi divulgado, mas é estimado em aproximadamente R$ 400 m.
Têxtil e Confecções
| A fabricante de tecidos tecnológicos
Neotextil irá investir R$ 30 m nos próximos quatro
anos com vistas à ampliação de suas exportações. Deste montante, R$
12 m serão aplicados ainda em 2009, na aquisição de equipamentos
para sua fábrica de Americana (SP). Os R$ 18 m restantes serão
direcionados à abertura de cinco unidades comerciais fora do Brasil.
Atualmente a Neotextil fornece tecidos tecnológicos
para marcas esportivas como Nike,
Reebok, Olympikus,
Fila, Umbro, New
Balance
e outras.
| A Confecções PW, com
sede em Colatina (ES), adquiriu a marca mineira de jeans
Vide Bula. O investimento estimado pela PW
será de R$ 25 m. Atualmente a Vide Bula trabalha com
produção terceirizada e possui atuação focada nas classes A
e B. Já a PW possui duas marcas: Miss
Bela (roupas femininas infanto-juvenis) e
Haus (jeans voltados para as classes C e D). A
intenção da PW é de que metade da produção da
Vide Bula
passe a ser realizada em Colatina.
Embalagens
| A fabricante de embalagens Dixie
Toga fechou contrato para a compra de 100% dos ativos da
Huhtamaki Plásticos Rígidos Brasil, empresa do
grupo finlandês Huhtamaki. A aquisição tem valor de
R$ 57,3 m. Ainda em 2008 a Huhtamaki havia
anunciado sua intenção de vender todas suas unidades de plásticos
rígidos no mundo. A divisão incorporada pela Dixie
Toga fabrica embalagens de plástico rígido e embalagens de
polpa moldada, segmentos nos quais a Dixie Toga
ainda não atuava. Os ativos incorporados abrangem três unidades
produtivas no Brasil (Pinhais-PR, Valinhos-SP e Jaboatão dos
Guararapes-PE) e uma na Argentina. A Dixie Toga é
controlada pelo grupo norte-americano Bemis
Company.
| E em âmbito mundial, a
Bemis também adquiriu por US$ 1,2 bilhão parte das
atividades de embalagens da Alcan, empresa
controlada pela Rio Tinto Group. A
Bemis é a maior fabricante de embalagens plásticas
das Américas e os ativos adquiridos pertenciam à Food
Americas, divisão da Alcan Packaging. A
Food Americas
conta com 23 unidades distribuídas nos EUA, Canadá, México, Brasil, Argentina e Nova Zelândia. No Brasil, sua estrutura abrange diversos ativos, dentre os quais fábricas de embalagens em Mauá e Diadema, SP.
Florestas e Celulose
| A Suzano Papel e
Celulose fechou acordo com a Vale do Rio
Doce para a compra de florestas de eucaliptos no MA por US$ 110 m
e para o fornecimento de madeira a partir do projeto Vale
Florestar. A matéria-prima irá abastecer a nova fábrica de
celulose da Suzano, a ser inaugurada no Maranhão em 2013
com investimentos de US$ 1,5 bilhão. A produção desta unidade deverá
ser totalmente exportada e o seu escoamento será realizado
pelas ferrovias da Vale na região
(Carajás e Norte-Sul).
| O grupo siderúrgico
ArcelorMittal vai reunir na nova
ArcelorMittal Bioenergia todos os seus ativos
florestais renováveis. A ArcelorMittal é a maior
fabricante brasileira e mundial de aços, com participação de 31% e
de 8%, respectivamente. Aqui, a empresa possui plantações de
eucaliptos e produção de carvão vegetal em MG e na BA.
Operacionalmente, haverá a unificação da ArcelorMittal
Florestas e da ArcelorMittal Energética
Jequitinhonha, que abasteciam as usinas de aços longos em
Juiz de Fora e de inox
e especiais em Timóteo, ambas MG.
Materiais de Construção
| A Duratex e a
Satipel, fabricantes de painéis de madeira, uniram
suas atividades e estão criando a maior empresa do setor na América
Latina e uma das maiores do mundo. A Duratex
pertence ao Grupo Itaúsa e, operacionalmente, será
incorporada pela Satipel. A
nova empresa manterá o nome Duratex, sendo 24% originada da
Satipel e 76% pela antiga Duratex.
Seu valor de mercado é estimado em R$ 3,5 bilhões e ela terá um
free float
superior a 40%. As unidades das duas empresas são consideradas complementares do ponto de vista geográfico, sendo que a nova companhia também deterá participação relevante no mercado brasileiro de louças sanitárias (segunda maior) e de metais sanitários (líder de mercado).
| A catarinense Tubos e Conexões
Tigre, fabricante de produtos em PVC, firmou joint
venture com a norte-americana ADS
(Advanced Drainage Systems), fabricante de
tubos corrugados em polietileno de alta densidade. O objetivo é
a fabricação de tubos para uso em infraestrutura, mineração
e irrigação na América do Sul. Os investimentos previstos na
nova empresa são de US$ 40 m, divididos igualmente entre as sócias.
Ela terá sede e fábrica em Santiago (Chile) e irá chamar-se
Tuberias Tigre-ADS, estando prevista uma unidade fabril no Brasil ainda neste ano e uma na Argentina em 2010.
| A Lafarge Gypsum,
fabricante de gessos do grupo cimenteiro francês
Lafarge, confirmou para este ano o início das obras
de sua nova fábrica em Poços de Caldas (MG). A unidade será a
terceira do grupo no Brasil a produzir chapas de gesso para forros e
paredes (drywall), produto que vem ganhando espaço no
mercado interno. Atualmente o grupo Lafarge
possui quatro fábricas de cimento em MG (Arcos, Matosinhos, Montes Claros e Santa Luzia). No segmento de gessos, o grupo possui um centro de distribuição em Pouso Alegre (MG) e duas fábricas em PE (Petrolina e Araripina).
Energia
| Os
investimentos previstos pela Vale do Rio
Doce na produção de biodiesel a partir de palma
somarão US$ 305 m, dos quais US$ 40 m ainda em 2009. O projeto,
denominado Consórcio Brasileiro de Produção de Óleo de
Palma (CBOP), será desenvolvido juntamente
com a Biopalma, empresa ligada ao grupo
MSP. Na sociedade, a Vale terá
participação de 41% e a Biopalma de 59%. A produção
de biodiesel a partir do óleo da palma está prevista para
ser iniciada em 2014 e deverá abastecer locomotivas da
Vale na Estrada de Ferro Carajás, assim como as máquinas e equipamentos nas próprias minas de Carajás, PA.
| A venda secundária de ações ordinárias da
Light, por parte da EDF
International e do BNDESPar, atingiu um
montante de R$ 772 m. O valor já abrange a colocação do lote extra
de ações. Com a operação, a EDF, que detinha aproximadamente 6,6% da empresa elétrica do Rio de Janeiro, deixou de ser sua acionista.
Mineração e Siderurgia
| Em entendimentos desde maio, a chinesa
Wuhan Iron and Steel (Wisco) deve
pagar US$ 400 m por participações acionárias na holding de
mineração MMX Mineração e Metálicos e em sua
subsidiária MMX Sudeste. A operação envolve uma
fatia de 9,09% na holding, avaliada em US$ 120 m, e de
23% na controlada, avaliada em US$ 280 m. Em ambos os casos a
transação deve ser efetivada via aumento de capital. O acordo final,
porém, ainda não foi formalizado pelas empresas e depende das
discussões em torno da construção da usina siderúrgica de US$ 4
bilhões do grupo MMX junto ao Super Porto
do Açu, no RJ.
| Paralelamente ao acordo com
os chineses, o grupo MMX também anunciou
a venda da usina de ferro-gusa da MMX Metálicos
Corumbá para a Vetorial Siderurgia. A
Vetorial já fabrica gusa no Mato Grosso do Sul e
irá pagar R$ 100 m pela unidade de Corumbá. A operação não inclui a
dívida da empresa, da ordem de R$ 418 m. Mas prevê entendimentos
para a venda da usina EBX Siderúrgica de Bolívia, por R$ 26 m.
| A mineradora de manganês
Buritirama, do Pará, pretende investir entre US$
300 m e US$ 400 m numa usina metalúrgica de ferro-ligas de manganês
em Marabá, PA. O empreendimento também prevê projetos de
reflorestamento e produção de carvão. O início das obras está
previsto para 2010 e a expectativa é de que as operações sejam
iniciadas até 2015. Com a usina, a Buritirama
visa agregar valor ao minério que hoje exporta.
| A Vale do Rio Doce
confirmou para este ano o início das obras da Companhia
Siderúrgica de Pecém (CPS), no CE. O
empreendimento visa a produção de placas de aço e terá o grupo
coreano Dongkuk como sócio, o qual deverá utilizar
parte da produção da usina em suas atividades no setor de construção
naval. A previsão de que as operações da usina sejam iniciadas no
segundo semestre de 2013. A CPS
exigirá investimentos de US$ 4 bilhões em sua primeira fase, até 2013, sendo que uma segunda etapa está prevista para até 2015.
| A Vale do Rio Doce
também vai ampliar sua participação na ThyssenKrupp
CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico)
de 10% para 26,87%. A CSA irá produzir aços planos
no Rio de Janeiro e tem o grupo alemão ThyssenKrupp
como principal empreendedor. O aporte da Vale será
de € 965 m (cerca de R$ 2,5 bilhões), sendo que o investimento total
previsto na siderúrgica é de € 4,5 bilhões. As obras da unidade
estão atrasadas e sua inauguração estava inicialmente prevista para
o final de 2008. A Vale irá fornecer todo o minério
de ferro a ser utilizado pela usina, cuja produção de placas será
destinada às operações da ThyssenKrupp
nos EUA e na Alemanha.
Materiais de Transporte
| A General Motors
(GM) oficializou sua intenção de investir mais R$ 2 bilhões (US$ 1 bilhão) no Brasil até 2012. Deste montante, R$ 1,4 bilhão (cerca de US$ 700 m) deverão ser aplicados na ampliação de capacidade da unidade de Gravataí (RS). Os R$ 600 m restantes (US$ 300 m) serão aplicados no desenvolvimento de novos produtos e em obras de engenharia nas demais plantas da montadora norte-americana no Brasil (São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, todas em SP). A empresa prevê o lançamento de uma nova linha de veículos com pelo menos quatro modelos, dos quais dois a serem fabricados em Gravataí.
| A francesa PSA Peugeot
Citroën
concluiu investimentos de R$ 91 m para construir uma linha de usinagem de motores em Porto Real (RJ), onde está instalada sua montadora de automóveis. Os blocos e cabeçotes produzidos serão utilizados nos veículos da empresa fabricados no Brasil e também devem ser exportados para a Argentina.
| A SK10, empresa do grupo
espanhol Alestis Aerospace, inaugurou em São José
dos Campos (SP) sua segunda unidade brasileira, voltada para a
produção de peças e componentes em fibra de carbono e fibra de vidro
para aeronaves. Os investimentos da empresa não foram divulgados,
mas eles se somam aos US$ 50 m aplicados em 2007 na primeira planta,
voltada para a montagem de estruturas metálicas de fuselagem para
jatos Embraer.
| E a Embraer confirmou
investimentos de € 148 m para erguer duas fábricas em Portugal. As
unidades irão produzir estruturas metálicas usinadas e conjuntos em
materiais compósitos. Inicialmente, porém, serão dedicadas ao
suporte logístico de jatos executivos. A produção de ambas as
unidades será destinada às plantas da Embraer
no Brasil.
Comunicações
| A Superpedido e a
Tecmed, distribuidoras de livros, anunciaram a
fusão de suas atividades e a criação de uma nova empresa com
faturamento estimado em R$ 84 m. A Tecmed atua no
segmento de livros técnicos e importados, enquanto a
Superpedido trabalha com literatura geral. A nova
empresa irá se chamar Superpedido Tecmed
e pretende focar livrarias e editoras de pequeno porte.
| O Grupo
RBS, que atua no setor de comunicações na Região Sul,
concluiu investimentos de R$ 70 m em um novo parque gráfico em Porto
Alegre (RS). Com ele, o grupo moderniza a produção dos jornais
Zero Hora, Diário Gaúcho e outros.
O novo parque gráfico conta com depósito de papel, novas rotativas e
sistema automatizado de expedição. Além dele, o Grupo
RBS também conta com parques
gráficos em Cruz Alta e em Caxias do Sul (RS).
Transportes e Logística
| As transportadoras
Fantinati, Ajofer,
Transvec e Transpostes, juntamente
com a empresa de armazenagem Mestra LogTrafti,
decidiram fundir suas atividades e criaram a
Trafti, operadora logística com
faturamento anual estimado em R$ 250 m. A nova empresa possui
atuação nos setores farmacêutico, automobilístico, siderúrgico,
de commodities e de linha branca. Ela será uma das 10 maiores operadoras logísticas do País e conta com 20 filiais.
| A filipina ICTSI,
operadora de 17 portos e terminais de cargas no mundo, concluiu
investimentos de US$ 10 m na ampliação do pátio de armazenagem do
Terminal de Contêineres de Suape, em PE.
Lá, a empresa também está investindo outros US$ 35 m em
equipamentos para ampliar a capacidade de cargas do porto. A
ICTSI assumiu o Tecon Suape
em 2001 e este é seu único investimento no Brasil.
| A Vale do Rio Doce está
investindo em uma plataforma logística naval para transportar minério
de ferro a preços CIF, modalidade de comércio que tem crescido nos
últimos tempos. Por ora, a mineradora brasileira possui contratos
de longo prazo com armadores internacionais. Mas ela já adquiriu 14
embarcações usadas, que se somam à frota de 3 unidades da
Docenave. Ela também
tem planos de adquirir outros 30 navios, dos quais doze já foram encomendados. Os investimentos da empresa nas aquisições, até o momento, foram de US$ 600 m.
| O Grupo Libra fechou a
compra do Terminal-33 (T-33) no
Porto de Santos, especializado na exportação de
açúcar ensacado. A unidade pertencia ao Terminal de
Exportação de Açúcar do Guarujá (Teag),
controlado pela Cargill e pela
Crystalsev. Com a aquisição, o
Libra visa criar um terminal integrado em
Santos, onde já detém o T-34, o T-35,
o T-36 e o T-37. O valor da
aquisição não foi divulgado, mas é estimado em aproximadamente R$ 65
m. Além de Santos, o Libra
também opera terminais de contêineres no Rio de Janeiro.
| A Trip Linhas Aéreas
programa investimentos de R$ 400 m nos próximos dois anos para
atingir a marca de 100 cidades atendidas no mercado brasileiro.
Atualmente a empresa atua em 73 municípios com uma frota de 25
aeronaves. A previsão de crescimento envolve a incorporação de 8 a
10 novos aviões por ano, sendo metade turboélices e metade jatos
para rotas de maior distância. A Trip
é hoje a maior empresa aérea regional do País.
| Com investimento inicial de R$ 35 m, foi
criada a Nordeste Aviação Regional
(Noar),
empresa de vôos regionais focada no transporte de passageiros no
Nordeste do Brasil. A Noar pretende iniciar suas atividades até o final do ano e já fechou contrato para receber quatro turboélices novos. Sua intenção é atuar em rotas ligando pequenas e médias cidades a capitais da região.
| A Andrade Gutierrez, por
meio da AG Concessões, associou-se à
norte-americana ADC & HAS Corporation para
adquirir o controle da Alterra Partners Costa Rica.
A Alterra opera o Aeroporto Internacional
Juan Santamaría, na Costa Rica, o maior da América Central.
A aquisição envolve 95% do capital da Alterra e as
duas sócias passaram a deter, cada uma, 47,5% de participação. A
concessão do aeroporto vigora até 2026 e prevê investimentos de US$
43 m até 2010 e de US$ 150 m entre 2013 e 1018. A AG
Concessões também atua no Equador, onde possui 45,5% da
Corporación Quiport, responsável pelo novo aeroporto de Quito.
Imobiliário
| A administradora de shopping
centers BR Malls concluiu sua colocação de
papéis em mercado, operação que movimentou R$ 835 m. Ela contou com
uma emissão primária e uma distribuição secundária, sendo que os
investidores estrangeiros ficaram com 78,6% da colocação. Os
recursos novos obtidos pela empresa, cerca de R$ 454 m, serão
destinados à concepção, incorporação e administração de shopping
centers, à aquisição de participações e à amortização de
financiamentos. Na distribuição secundária, destacaram-se entre os
vendedores a GP Investments e a Dyl
Empreendimentos.
| A imobiliária Fernandez Mera
Negócios Imobiliários adquiriu a MG 500,
empresa que pertencia à Brookfield Incorporações
(antiga Brascan). O valor da transação não foi
informado. A Fernandez Mera hoje atua no mercado
paulista (Grande São Paulo, Jundiaí, Campinas, Sorocaba e São José
dos Campos) e, com a MG 500, ela passa a operar no
mercado do Rio de Janeiro. A MG 500 vinha atuando
como imobiliária exclusiva da Brookfield, cujo foco agora deve ser a atividade de incorporação.
| Os negócios imobiliários da
Agra, da Abyara e da
Klabin Segall foram reunidos na nova Amazon
Group Real Estate (Agre). As três empresas
encontravam-se em dificuldades financeiras e tiveram suas atividades
amparadas pela espanhola Veremonte, sendo a
Agra por sociedade e as outras duas empresas por
incorporação conjunta com a própria Agra. Juntas,
as vendas das três imobiliárias somaram R$ 3,2 bilhões em 2008, o
que supera a líder Cyrela. Na sociedade, a
Agra exerce um papel operacional, enquanto a
Veremonte possui papel de investidor. Tanto na
Abyara quanto na Klabin Segall, a
participação da Veremonte na compra foi de 70% e a
da Agra de 30%. Geograficamente, as três
imobiliárias atuarão em SP, mas a Agra também terá
atuação no Norte e Nordeste, a Klabin Segall no RJ
e a Abyara na Região Sul. Paralelamente à criação
da Agre, os sócios ainda decidiram realizar um
aporte de R$ 100 m no capital da Abyara, que encontra-se em negociações para reestruturação de sua dívida.
| A oferta pública de ações da construtora
e incorporadora mineira MRV Engenharia chegou a R$
722 m, sendo que os investidores estrangeiros foram responsáveis por
70% do montante. A oferta foi composta de uma emissão primária e de
uma distribuição secundária. A captação de recursos pela empresa foi
de R$ 595 m, dos quais 65% deverão ser destinados à construção de
empreendimentos já lançados e à recomposição de capital de giro,
ficando os 35% restantes para a aquisição de terrenos. O sócio
vendedor na oferta secundária foi o fundo
Autonomy.
Serviços
| O Advent International,
fundo norte-americano de private equity, fechou a aquisição
de 50% do capital da Pitágoras Administração e
Participação (PAP) por R$ 280 m. A
holding Pitágoras controla 55% do capital
da mineira Kroton Educacional, uma das maiores
instituições de ensino do País. Do montante investido, R$ 220 m
serão na forma de aumento de capital da Kroton e
devem servir para a instituição adquirir outras unidades de ensino.
A transação marca a entrada da Advent
no setor de educação no Brasil.
| A SEB, Sistema
Educacional Brasileiro, adquiriu por R$ 41 m o sistema de
ensino Pueri Domus, de São Paulo. A transação
também envolve quatro das seis escolas da rede de colégios
Pueri Domus, sendo que as outras duas permanecerão
com os sócios fundadores. Do valor total, R$ 32,8 m referem-se à
aquisição dos ativos e o restante às dívidas assumidas pela
SEB. O sistema Pueri Domus
atualmente atende 125 escolas privadas. A
SEB é a controladora do sistema de ensino
COC
e esta foi sua quarta aquisição neste ano.
| O grupo espanhol
Prosegur, do setor de serviços de segurança, fechou
a compra da brasileira Norsergel por R$ 167,5 m. A
Norsergel pertencia ao Grupo
Nordeste desde 2005. Esta foi a terceira aquisição
realizada pela Prosegur neste ano, seguindo-se à da
empresa carioca Setha Eletrônica e à da capixaba
Centúria. A Prosegur é líder no
mercado brasileiro de transporte de valores e, com a
Norsergel, ela amplia sua atuação na Região Nordeste passando a atender um total de 19 Estados brasileiros.
| Os acionistas fundadores da
Diagnósticos da América (Dasa) venderam em mercado toda a
participação que ainda detinham na empresa. A operação envolveu
10,45% do capital da maior rede de laboratórios do País e somou R$
216 m. A Dasa
já tinha mais de 57% de suas ações pulverizadas no mercado,
sendo que seus demais acionistas relevantes são os fundos administrados pelo
Credit Suisse (22,1%), pelo HSBC
(9,7%) e o Valia (5%). Dentre os compradores
das ações, destacam-se os administradores de recursos
Tarpon e Pátria que agora possuem,
respectivamente, 5,9% e 2,5% de participação na
Dasa.
| A administradora de recursos Rio
Bravo assumiu uma participação de 30% na
Perenne, empresa de equipamentos e serviços de
tratamento de água com sede em Feira de Santana (BA). O valor da
transação não foi divulgado, mas ela foi realizada em conjunto com a
Greentech, gestora de investimentos em negócios
sustentáveis. A Perenne utilizará os recursos
obtidos em dois novos projetos junto às refinarias da
Petrobras
em Capuava e em São José dos Campos (SP).
| A rede norte-americana
Cinemark, maior operadora de cinemas no Brasil,
assumiu o complexo de salas de exibição do Internacional
Shopping Guarulhos, em Guarulhos (SP). O complexo pertencia
ao Hoyts General Cinema, único investimento
brasileiro do grupo australiano Hoyts. Ele conta
com 15 salas de exibição e é um dos maiores do País. O valor da
transação foi de aproximadamente R$ 20 m. No Brasil, o
Cinemark
opera 397 salas distribuídas em 49 complexos.
| O Grupo Silvio Santos
fechou a compra da Braspag, processadora de
operações de comércio eletrônico, por R$ 25 m. A transação envolve
100% do capital da Braspag, sendo que deste total,
25% pertenciam à Ideiasnet, empresa de
investimentos em companhias do setor de tecnologia da informação
(TI). A compra foi realizada por meio da Panseg,
divisão do grupo Silvio Santos responsável pela
administração de serviços, tais como vales-saúde e vales-desconto.
Com a venda da Braspag, a
Ideiasnet
ainda fica com 17 empresas em sua carteira.
Financeiro
| A oferta pública inicial de ações da
Visanet, composta apenas pela venda secundária de
papéis, atingiu R$ 8,397 bilhões. Este foi o maior valor já
registrado em um IPO na Bovespa e os investidores
estrangeiros responderam por 56,5% da colocação. A
Visanet é responsável pelo credenciamento dos
cartões Visa no Brasil e detém participação de 56%
no mercado de cartões de crédito e de 61% no de débitos. Dentre os
acionistas vendedores, destacam-se o Bradesco, o
Banco do Brasil e a Visa
International. Esta última saiu do capital da
VisaNet, cujo controle agora ficará exclusivamente com bancos locais.
| O Banco Bradesco fechou
a compra do Banco ibi, que pertencia à rede
holandesa de varejo C&A. A transação abrange
100% do capital do Banco ibi, da ibi
Corretora de Seguros, da ibi Promotora de
Vendas e da ibi Participações, que, em
conjunto, formam a Empresas ibi. A operação tem
valor estimado de R$ 1,4 bilhão e será paga na forma de ações do
Bradesco. No total ela representa cerca de 1,6% do
capital social do comprador. Paralelamente à transação, o
Bradesco também fechou uma parceria de 20 anos com
a C&A para oferecer com exclusividade produtos
e serviços financeiros em sua rede de lojas. O Banco
ibi atua com as bandeiras C&A,
Visa e MasterCard e é o maior no
segmento varejista de cartões de crédito. Ele opera com 132 lojas
próprias e 171 lojas C&A.
| O grupo Suzano e o grupo
português Sonae firmaram joint venture
para expandir suas atividades em corretagem de seguros e resseguros.
A operação implica na troca de ações e em aporte de € 50 m pela
Suzano. Com ela, a Suzano passa a
deter 49,9% da holding MDS SGPS, do
Sonae. A MDS SGPS está presente em
21 países e é a décima-quinta maior corretora do mundo. Os dois
grupos já eram sócios na corretora brasileira Lazam
MDS, na qual a Suzano detinha 55% do
capital e o Sonae os outros 45%. Na nova estrutura,
a MDS SGPS passa a deter 100% das ações da
Lazam MDS e 100% da portuguesa
MDS. A holding também será a maior
acionista (32,2% do capital) da Cooper Gay, terceira maior broker de resseguro do mundo e com sede em Londres.
Outros Setores
| O grupo mexicano Mabe,
proprietário das marcas de eletrodomésticos GE,
Mabe e Dako, comprou por R$ 70 m
as operações brasileiras da alemã BSH, joint
venture mundial entre os grupos Bosch e
Siemens. Aqui, a BSH comercializa
as marcas Bosch e Continental,
sendo que em 2008 investiu numa fábrica de refrigeradores em
Hortolândia (SP), para onde também transferiu sua produção de
fogões. O setor de linha branca (fogões, refrigeradores e lavadoras)
no Brasil é liderado pela norte-americana
Whirlpool. A Mabe agora ficará com
25% de participação e disputa a segunda posição com a sueca
Electrolux. A empresa mexicana tem 48% de seu
capital controlado pela norte-americana General
Eletric (GE), cuja marca é hoje utilizada
pela Mabe
em toda a América Latina.
| A empresa de consumo
Hypermarcas concluiu sua colocação de ações em
mercado, cujo montante chegou a R$ 793,5 m. A operação foi composta
de uma emissão primária, que propiciou uma captação de R$ 563,6 m, e
de uma colocação secundária de R$ 230 m. Os vendedores foram fundos
de private equity, com destaque para a GP
Investments. Os novos recursos obtidos pela
Hypermarcas serão utilizados
na compra de ativos e marcas, sendo que a empresa hoje atua em uma ampla gama de segmentos, que vai de alimentos a cosméticos e medicamentos. Na colocação dos papéis, os investidores estrangeiros foram responsáveis por 79,8% do montante.
| A norte-americana NCR,
fabricante de terminais de autoatendimento bancário (ATM), vai
passar a produzir seus equipamentos no Brasil. A intenção é erguer
uma fábrica em Manaus (AM) com investimentos da ordem de R$ 70 m até
2012. Deste montante, cerca de R$ 30 m deverão ser aplicados neste
primeiro ano. Os equipamentos produzidos pela NCR
Brasil também serão destinados a outros países. Atualmente,
a linha local de produtos ATM da NCR é terceirizada
para a Solectron/Flextronics,
sendo que o mercado interno do produto é liderado pela
Diebold.
| A venda secundária de ações da fabricante
de cosméticos Natura atingiu o montante de R$ 1,308
bilhão, mas ainda pode chegar a R$ 1,595 com o exercício do lote
suplementar. Os papéis, todos ordinários, representam 11,49% do
capital total da empresa e pertenciam a membros do conselho da
administração da empresa. Com a operação, o free float da
Natura
no mercado subiu de 26,25% para 37,74, ainda sem considerar o lote suplementar de ações.
| A holandesa SHV Gas,
controladora das marcas Supergasbras e
Minasgás, irá investir R$ 220 m até o fim de 2010
em seus 16 parques de engarrafamento de GLP e em suas atividades de
distribuição. O valor não abrange o projeto da empresa de instalar
uma nova unidade no Maranhão em 2010. Atualmente a SHV
Gas
está construindo em Duque de Caxias (RJ) o maior parque mundial de engarrafamento de GLP, um empreendimento de R$ 17 m e que exigirá outros R$ 32 m para a compra de 230 novos caminhões. A participação de mercado da empresa no mercado local é de 23%.
| A gaúcha Petropar e a
britânica Fiberweb formaram uma joint
venture para atuar no mercado norte-americano de não-tecidos
para produtos descartáveis higiênicos. A Petropar
entrará com sua controlada Fitesa e a
Fiberweb com seus ativos na América do Norte. Cada
sócia terá 50% da nova Fitesa Fiberweb, que ficará
responsável pela construção da fábrica já programada pela
Fitesa
nos EUA. Esta unidade será erguida em duas etapas, sendo uma até 2010 com investimento de US$ 70 m e a outra até meados de 2012 com aportes adicionais de US$ 50 m.
| A operadora paranaense de
telecomunicações GVT
decidiu acelerar seus projetos e pretende investir R$ 720 m em 2010. O montante é 20% superior aos R$ 600 m previstos para 2009. Parte dos recursos será direcionada ao seu ingresso no mercado de SP, mais precisamente na região metropolitana da capital.
A
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avaliação de projetos e negócios e gestão de capital de risco. Já
acumulou transações que somam mais de US$ 3 bilhões. Seus atuais
serviços englobam: assessoria em compra, venda e associações entre
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e empresas; desenvolvimento de planos de negócios e assessoria
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