Ambiente Macroeconômico e de Investimentos
A maior repercussão da baixa dos juros
sobre a atividade produtiva e, sobretudo, a confiança geral de que o País
seja reconhecido como
investment grade pelas agências internacionais
de risco marcaram o ambiente macroeconômico destas últimas semanas. E a
consequência mais visível disso tem sido a valorização cambial que, apesar
de refletir o positivo ambiente para a continuidade dos fluxos financeiros
externos, traz alguma preocupação do ponto de vista dos fluxos
comerciais.
Com relação aos investimentos físicos, o
cenário geral também segue favorável. É verdade que poderia ser bem mais robusto,
se contasse com uma configuração tributária mais adequada ou com um ritmo de
crescimento econômico mais expressivo. Mas ainda assim percebe-se a execução
de vários projetos de envergadura, mesmo porque o momento atual é de grande
fartura nas fontes de financiamentos, como se vê, por exemplo, nas
capitalizações via bolsa de valores.
Mas é a expansão por meio de fusões e
aquisições que tem tido maior destaque no noticiário empresarial recente.
Tal movimento há tempos vem se fortalecendo e, cada vez mais, conta com a
investida de fundos e empresas com sede no exterior. Porém, também aqui se
vê reflexos do maciço volume de IPO´s e de outras operações em mercado aberto
recentemente executadas por empresas de capital nacional.
CENÁRIO ECONÔMICO | 2004 | 2005 | 2006 | 2007* |
2008* |
PIB (PM) - Var % |
5.7 |
2.9 |
3.7 |
4.2 |
4.0 |
Inflação IPCA - Var % |
7.6 |
5.7 |
3.1 |
3.5 |
4.0 |
Tx de Câmbio - R$/US$ Fim Ano |
2.654 |
2.341 |
2.138 |
2.00 |
2.05 |
Tx de Juros Nominal - % Acum. Ano |
16.2 |
19.0 |
15.1 |
11.8 |
10.4 |
Dívida Pública - % PIB |
47.0 |
46.5 |
44.9 |
43.9 |
42.0 |
Saldo Comercial - US$ Bilhões |
33.6 |
44.7 |
46.1 |
42.0 |
36.1 |
Trans. Corrente - US$ Bilhões |
11.7 |
14.0 |
13.3 |
9.1 |
5.0 |
Investimentos Diretos - US$ Bilhões |
18.1 |
15.1 |
18.8 |
20.0 |
20.0 |
* Fonte: Relatório de Mercado - Banco Central do Brasil - 25/05/2007
Agroindústria
| A Sucral,
consultoria da área de açúcar e álcool, e a Greentech, empresa
dedicada a projetos de energia limpa, vão investir R$ 450 m em duas usinas
de álcool no MS. As unidades serão construídas nas cidades de Selvíria e
Inocência. O início das operações está previsto para a safra 2010/11 e cada
sócia terá participação de 50% nas novas usinas, que produzirão álcool
anidro para o mercado externo.
| O
grupo Bertin, segundo maior frigorífico de carne bovina do País,
anunciou investimentos de R$ 330 m em uma usina de álcool em Dourados, MS. A
unidade entrará em operação na safra 2009/10. O negócio reforça a posição do
Bertin no setor de energia, sendo que o frigorífico hoje possui uma
pequena central hidrelétrica (PCH) e duas em construção, além de uma planta de
biodiesel prestes a ser inaugurada. Dos R$ 330 m a serem investidos na usina,
R$ 130 m serão destinados à área agrícola.
| A
norueguesa Yara, que no Brasil já incorporou a Adubos Trevo e a
Fertibrás, confirmou investimentos de US$ 50 m nos próximos três anos
para ampliar sua fábrica em Rio Grande (RS). Com a Fertibrás, a Yara
melhorou sua penetração regional e tornou-se vice-líder na produção local de
fertilizantes finais. Além da expansão da unidade gaúcha, a Yara ainda
deve inaugurar outra misturadora em Paranaguá (PR) neste ano.
| O
grupo Cosan, maior companhia de açúcar e álcool do País, com 17 usinas,
pretende investir US$ 1,7 bilhão nos próximos quatro anos. Deste montante, US$
650 m serão destinados à construção de três usinas em GO. Na co-geração de
energia serão aportados US$ 448 m e outros US$ 501 m serão destinados à
ampliação das usinas já existentes. As três novas unidades, as primeiras fora
de SP, serão construídas nas cidades de Jataí, Montividiu e Paraúna.
Paralelamente, o grupo Cosan também anunciou a aquisição da Usina
Santa Luiza, em Motuca (SP), em parceria com a São Martinho e
com a Santa Cruz. A compra foi por meio da Etanol Participações
e seu valor foi de R$ 179 m, além de dívidas de R$ 40 m.
| O
Grupo Nova América, proprietário da marca União, líder no
mercado de açúcar do País, formalizou seu pedido para abertura de capital. Com
isso, a Nova América pode tornar-se a terceira empresa de açúcar e
álcool a emitir ações em bolsa, depois das paulistas Cosan e São
Martinho. A Nova América possui sede em Tarumã (SP) e hoje conta
com duas usinas em SP. Recentemente anunciou investimentos de R$ 1 bilhão para
construir mais duas unidades no MS.
| A
SLC Agrícola prevê captar R$ 292 m com sua oferta pública primária de
ações ordinárias. A operação será concluída em meados de junho e os
controladores da empresa também realizarão uma oferta secundária no valor
estimado de R$ 113 m. Após as colocações, a participação dos atuais acionistas
controladores da empresa deve se reduzir de 100% para 66%. Atualmente a SCL
possui nove fazendas em seis Estados em com os novos recursos pretende
adquirir terras e maquinário.
| A
Brazil Renewable Energy Company (Brenco), empresa formado por
investidores locais e estrangeiros, tem planos de investir US$ 2 bilhões para
instalar dez destilarias de álcool no Brasil. Diferentemente das demais usinas
do setor, que trabalham com açúcar e álcool, a Brenco atuará
exclusivamente na produção de álcool. Já foram anunciadas quatro unidades com
início de produção em 2009, sendo duas em Mineiros (GO), uma em Perolândia
(GO) e outra em Alto Taquari (MT).
| A
Bunge Fertilizantes anunciou a criação de uma joint venture no
Marrocos com a estatal local Office Cherifien des Phosphates (OCP).
A nova empresa foi batizada de Bunge Maroc Phosphore e irá contar com
uma fábrica já a partir de meados de 2008. Os investimentos na unidade
chegarão a US$ 350 m, sendo que ela começou a ser erguida pela OCP
antes da sociedade. O plano internacional da Bunge Fertilizantes também
contempla um aporte de US$ 30 m em uma unidade de superfosfato na Argentina.
| A
Vetbrands do Brasil, empresa formada a partir da divisão de saúde
animal da Agribrands Purina, está construindo sua segunda fábrica em
Paulínia (SP) com investimentos de R$ 13 m e já estuda aplicar mais R$ 20 m. O
objetivo é entrar no segmento de vacinas, principalmente para o mercado de
animais de estimação. A produção das vacinas será feita por uma empresa
terceirizada. A Vetbrands possui sede em Jacareí (SP).
Alimentos
| O Marfrig
confirmou a aquisição de seu terceiro frigorífico no Uruguai, o La
Caballada, tornando-se com isso o maior frigorífico e exportador de
carne bovina daquele País. Lá o Marfrig já controla o Tacuarembó
e o Elbio Perez Rodriguez, sendo que a nova aquisição tem valor
estimado de US$ 26 m. No Brasil o Marfrig conta com nove plantas de
abate e é o terceiro maior do mercado, atrás do JBS/Friboi e do
Bertin. Também possui unidade na Argentina, o ABP, e joint
venture com a chilena Quinto Cuarto. Atualmente o Marfrig
aguarda autorização para sua abertura de capital em bolsa.
| A J&F
Participações, empresa controladora da JBS-Friboi, anunciou a
aquisição da norte-americana Swift Foods Company por US$ 1,4 bilhão. A
Swift pertencia à HM Capital Partners e, com ela, a J&F
torna-se a maior empresa de carne bovina do mundo, com receitas estimadas de
US$ 11,5 bilhões e à frente de gigantes como Tyson e Cargill.
Nos EUA a aquisição abrange quatro abatedouros de bovinos e três de suínos,
uma unidade de pratos prontos e um curtume, além dos ativos que possui na
Austrália. No Brasil a JBS-Friboi é líder do setor bovino e nos EUA a
Swift é a terceira maior em carnes bovina e suína. Internamente a
JBS também adquiriu a unidade de abate bovino do frigorífico Garantia
em Maringá (PR). O Garantia pertencia ao Grupo Torlim e deverá
ser ampliado e modernizado. Com esta unidade, a JBS-Friboi passa a
contar com 20 plantas de abate no Brasil.
| O frigorífico
paulista Independência anunciou a aquisição da Goiás Carne,
empresa do grupo goiano Otávio Lage. O valor da operação não foi
divulgado, mas é estimado pelo mercado em aproximadamente US$ 45 m. A Goiás
Carne está sediada em Senador Canedo (GO) e com a incorporação o
Independência visa diversificar sua atuação territorial. O
Independência é o quinto maior exportador brasileiro de carne bovina.
| A Cooperativa
Central de Laticínios de São Paulo (CCL), que já foi uma das
maiores empresas de lácteos do País, está arrendando suas unidades industriais
de Itumbiara (GO) e São Paulo (SP) para a gaúcha Avipal, que atua com a
marca Elegê. A CCL, conhecida pela marca Paulista,
enfrenta dificuldades financeiras desde meados de 2005 e vem buscando atuar
por meio de parcerias. Com as novas unidades e a maior produção de leite longa
vida, leite em pó e manteiga, a Elegê deve subir para o segundo lugar
no ranking da captação leiteira.
| A cearense
Ducoco, fabricante de água de coco, está inaugurando uma nova unidade em
Linhares (ES), na qual foram feitos investimentos de R$ 25 m. A fábrica
substitui a produção realizada em São Paulo até o ano passado e irá utilizar
coco produzido nas fazendas de Itapipoca, CE. A Ducoco atualmente detém
cerca de 20% do mercado de águas de coco e 40% do segmento de derivados.
| A Perdigão
está finalizando a aquisição da Plusfood, processadora holandesa de
carne com forte presença no mercado europeu de refeições coletivas (food
service). A transação é estimada em € 30 m. A Plusfood pertence à
Cebeco Group, holding de cooperativas da Holanda que conta com
mais de 200 subsidiárias em cerca de cem países. A Plusfood possui
fábricas na Holanda, Reino Unido e Romênia.
Bebidas
| A Inab,
empresa de bebidas criada em 2005 a partir da Cervejaria Sul Brasileira,
estuda construir duas novas unidades industriais, sendo uma em Joinville
(SC) e outra em Piripiri (PI). A Inab tem sede em Toledo (PR) e hoje
conta com quatro plantas: Santa Maria (RS), Toledo (PR), Recife (PE) e
Goiânia (GO). As novas unidades terão médio porte e cada uma deverá receber
investimentos entre R$ 60 m e R$ 80 m. Elas visam reduzir custos logísticos
e a planta piauiensa já possui cronograma de obras, estando sua inauguração
prevista para 2008.
| A Coca-Cola
Company e seus 17 franqueados no Brasil estão organizando uma nova empresa
na forma de joint venture para atuar na área de não-carbonatados. Cada
parte terá metade da nova companhia, que cuidará das marcas Mais,
Kapo, Nestea, Burn e, no futuro, também da Del Valle
e da Matte Leão, últimas aquisições feitas pela Coca-Cola. Pelo
acordo a Coca-Cola fará o marketing, desenvolvimento de marcas e
controle de qualidade, enquanto seus franqueados atuarão independentemente na
produção e distribuição dos produtos. Os ativos incorporados pela Coca-Cola
no País serão todos repassados aos franqueados.
| O Grupo
Schincariol comprou a Indústria de Bebidas Igarassu (IBI),
que fica em Recife (PE). O valor do negócio não foi divulgado, mas foi o maior
do grupo em 2007. A IBI atua com a marca Nobel e permitirá à
Schincariol avançar no mercado premium da Região Nordeste, em
especial nos mercados de PE e BA, onde a empresa paulista já possui forte
presença.
Comércio
| A Investidor
Profissional (IP) adquiriu 10,5% de participação no capital total
da Globex e agora passa a deter 14,2% da controladora da rede
varejista Ponto Frio. A aquisição foi por meio do fundo de
investimentos Gibraltar, que tem como co-investidor a Farallon
Capital Management. O valor da transação não foi divulgado. A rede
Ponto Frio é a segunda maior no varejo de eletroeletrônicos e móveis do
País, ficando atrás apenas da Casas Bahia.
| A
rede norte-americana de fast food McDonald’s anunciou a venda de
1,6 mil restaurantes na América Latina para um de seus franqueados na
Argentina, a Restco Iberoamericana, que passará a se chamar Arcos
Dorados. O negócio de US$ 700 m envolve acordo de licenciamento por 20
anos. A intenção do McDonald's é passar a operar apenas com licenças,
recebendo royalties. Das 1,6 mil lojas envolvidas, 544 ficam no Brasil.
A compra conta com a participação da Gávea Investimentos, da Capital
International e da DLJ South American Partners, sendo que estão
previstos investimentos de US$ 300 m na rede ao longo dos próximos três anos,
com foco em Brasil, México, Colômbia e Venezuela.
| O
grupo francês Carrefour anunciou a compra da rede brasileira de
supermercados Atacadão por € 825 m (US$ 1,121 bilhão). O Atacadão
é a maior rede de desconto de varejo do Brasil, operando 34 lojas em todo o
País, das quais 17 em São Paulo. Com a transação, o Carrefour Brasil
recupera a liderança no ranking de supermercados no País, perdido em
2000 para o Pão de Açúcar, além de consolidar sua posição no mercado
paulista. O pagamento será em dinheiro e a marca Atacadão deverá ser
mantida pelo Carrefour. O Carrefour também anunciou
investimentos de R$ 100 m para construir três novos hipermercados no RS. Um
ficará em Gravataí e outro em Santa Maria, sendo que a terceira unidade ainda
não teve seu local definido.
| O
Wal-Mart vai ampliar seus investimentos no RS, onde pretende inaugurar
quatro novas lojas neste ano. Com isso, os investimentos inicialmente
previstos em R$ 155 m passarão a R$ 200 m, o que inclui a reforma de 20 dos 91
pontos de vendas locais. Na Região Sul a intenção do Wal-Mart também é
estender a atuação de seu bandeira de atacado Sam's Club e de suas
lojas de vizinhança Todo Dia. Das novas unidades previstas no RS, duas
terão a bandeira BIG, uma será da rede Nacional e uma da rede de
atacado Maxxi. Em todo o País os investimentos da rede norte-americana
devem chegar a R$ 1 bilhão neste ano, o que inclui a abertura de 28 novas
unidades.
| A
rede Magazine Luiza vai realizar neste ano o maior plano de expansão
orgânica de sua história, com a abertura de 60 novas unidades. O crescimento
não prevê a entrada da empresa em novos Estados, sendo que hoje ela atua em
SP, MG, PR, MS, GO, RS e SC. Um dos principais focos do investimento será Belo
Horizonte (MG), cuja região metropolitana receberá dez unidades. O Estado de
São Paulo ficará com outras 15 lojas.
| A
varejista fluminense Leader pretende estender suas atividades para a
Região Nordeste. Até 2010 está prevista a abertura de 30 lojas, das quais 18
no Nordeste, 5 em MG e 7 no RJ. Com isso a rede deverá atingir 61 unidades no
País. Especificamente em 2007 serão dez novas lojas, com investimento de R$ 40
m. A Leader não descarta a aquisição de redes locais.
| A
francesa Leroy Merlin está investindo cerca de R$ 70 m na expansão de
sua rede no Brasil. A empresa acaba de inaugurar uma loja em São Paulo e no
segundo semestre deverá inaugurar outra no Rio de Janeiro. Com estas, sobe
para 15 lojas a rede local da revenda de materiais de construção. Até hoje o
crescimento da Leroy Merlin no País tem sido orgânico, mas a empresa
não descarta futuras aquisições de concorrentes.
Farmacêuticos e Saúde
| A dinamarquesa
Novo Nordisk, líder mundial em medicamentos para diabetes, inaugurou sua
maior fábrica de insulinas na América Latina, a unidade de Montes Claros
(MG). Nela foram investidos US$ 200 m. De sua produção total, cerca de 95%
deverá ser exportada para mercados como Alemanha, Austrália, Inglaterra,
Irlanda do Norte, Austrália, Nova Zelândia e Canadá. Além da unidade
recém-inaugurada, a Novo Nordisk também vai investir outros US$ 50 m
para produzir canetas aplicadoras de insulina, linha que deverá ser
inaugurada em 2009.
| O
laboratório EMS concluiu a expansão de sua fábrica de medicamentos
sólidos em Hortolândia (SP), onde foram investidos US$ 50 m. A unidade teve
sua capacidade produtiva triplicada no prazo de dois anos. Além dela, o EMS
também conta com uma planta em São Bernardo do Campo (SP), onde produz
antibióticos.
| O
Laboratórios Fleury procedeu uma reestruturação operacional e está
incorporando a subsidiária NKB, criada em 2001 para absorver
laboratórios menores nos mercados em que o grupo não atuava. Até 2006 foram
101 unidades de 15 diferentes marcas diferentes. O Fleury é o principal
acionista da NKB, com 66,6% de seu capital. Paralelamente, foram
instituídas três unidades de negócios: medicina diagnóstica, hospital-dia e
gestão de saúde. A intenção do Fleury é incrementar suas atividades nas
duas últimas áreas.
| A
Diagnósticos da América (Dasa), maior empresa de diagnósticos
médicos do país, anunciou a aquisição do laboratório de análises clínicas
Exame, de Brasília (DF). O valor da transação foi de R$ 56 m. O Exame
possui 13 unidades e é o segundo maior de Brasília. Esta foi a nona aquisição
da Dasa desde que a empresa abriu seu capital em 2004.
| A
Cremer, distribuidora de produtos médico-hospitalares, efetivou sua
oferta primária e secundária de ações na bolsa. Ao todo, a operação movimentou
R$ 551,6 m, sendo que os recursos entrantes na empresa serão direcionados a
sua expansão e quitação de dívidas. Os investidores estrangeiros ficaram com
cerca de 75% da colocação.
| A
Tempo Participações, proprietária da operadora de planos Gama Odonto,
adquiriu a carteira de clientes da Associl. Com isso, a Gama
sobe da oitava para a quinta posição no ranking do setor de planos
odontológicos. O valor do negócio não foi divulgado. A Tempo é uma
holding de seguros e serviços médicos que conta com a GP Investimentos
entre seus acionistas.
Madeira e Papel
| A Sepac,
empresa de papel higiênico, guardanapos e papel toalha com sede em Mallet
(PR), tem planos de investir R$ 100 m para duplicar sua capacidade produtiva
e instalar uma unidade geradora de energia por biomassa. A expansão fabril
ficará com R$ 60 m e tem conclusão prevista para o primeiro semestre de
2008. A unidade energética exigirá R$ 40 m e utilizará resíduos da produção
florestal da empresa.
| A
Votorantim Celulose e Papel (VCP) vai aumentar seus
investimentos em 2007, os quais chegarão a R$ 785 m. O objetivo é ampliar sua
base florestal, principalmente em Três Lagoas (MS), onde, até 2009, irá erguer
uma nova fábrica de celulose. Dos R$ 785 m, a base florestal ficará com R$ 459
m, sendo R$ 236 m para Três Lagoas.
| A
paranaense Sudati irá investir R$ 70 m em Otacílio Costa (SC) para
produzir MDF, placa de madeira utilizada na fabricação de móveis. Esta será
sua primeira investida naquele Estado e também será a primeira planta de MDF
em Santa Catarina. A também paranaense Guararapes tem planos
semelhantes e pretendendo investir R$ 60 m em uma fábrica do produto no
município de Caçador. A Guararapes já possui uma fábrica de compensados
de pinus no município de Santa Cecília. Ambas as empresas têm sede em Palmas
(PR), sendo que a Sudati hoje opera com seis unidades e a Guararapes
com duas.
Materiais de Construção
| A Amanco, uma
das líderes mundiais no setor de tubos e conexões, anunciou a aquisição da
Tinabras, fabricante de caixas d'água de polietileno que possui
unidades fabris em SP e GO. A empresa também anunciou que outras aquisições
relacionadas ao controle hidráulico deverão ser efetivadas neste ano. Desde
fevereiro a Amanco está sob controle da mexicana Mexichem.
| A
Medabil está construindo uma fábrica em Angola em parceria com a
empresa local Gema Iogo. Os investimentos somam US$ 20 m e a Medabil
terá participação de 51%. A unidade, a primeira do grupo gaúcho fora do
Brasil, irá fabricar coberturas metálicas para a construção civil. A
Medabil prepara-se para abrir capital ainda neste ano e seu plano de
investimentos chega a US$ 100 m em três anos, o que contempla uma unidade
também na Argentina, além de expansões da matriz de Nova Bassano (RS) e de
novas unidades no Sudeste e em Recife (PE).
Energia
| A australiana
Pacific Hydro, que em fevereiro incorporou um projeto eólico da alemã
Renergys na PB, tem planos de investir US$ 600 m no Brasil num prazo de
três a cinco anos. O empreendimento incorporado chama-se Millennium e
será inaugurado em outubro com investimentos de R$ 54 m. A Pacific Hydro
também possui 80% de um outro projeto eólico na Paraíba, investimento de R$
175 m em parceria com a brasileira Bioenergy. A Pacific Hydro
é controlada pelo fundo de pensão australiano IFM.
| A
Energias do Brasil, controlada pela portuguesa EDP, incorporou a
Diferencial Energia, que possui direitos para a implantação de uma
usina térmica a carvão mineral em São Luís (MA). O projeto vai demanda
investimentos de US$ 450 m. Para ficar com a Diferencial, a Energias
do Brasil irá desembolsar R$ 20 m. A previsão é de que a nova unidade leve
quatro anos para ser construída.
| A
hispano-brasileira Naturoil Combustíveis Renováveis está construindo
uma unidade de biodiesel em Ourinhos, SP. Os aportes são de R$ 110 m e a
planta começará a operar em meados de 2008. Numa segunda fase, a Naturoil
tem planos de investir mais R$ 400 m para elevar sua produção de biodiesel, o
que também envolve plantio e esmagamento de soja. A empresa é controlada pela
Enercon (20%) e pela espanhola Bionor (80%).
| O
grupo Brasilinvest e a Caramuru fecharam acordo para instalar
duas usinas de biodiesel em Maracaju, MS. O investimento será de R$ 410 m e a
construção da primeira unidade será iniciada em junho. Ela deverá ser
concluída em 2008, sendo que a segunda unidade está prevista para entrar em
operação em 2010. As duas empresas terão igual participação e controle nas
operações.
|
Em sua quarta aquisição no período de um ano, a CPFL incorporou os
ativos da norte-americana CMS Energy no Brasil por US$ 211 m. A
holding CPFL Energia controla atividades de distribuição, geração e
comercialização de energia. A operação marca a entrada da empresa no Estado de
MG e envolve atividades de comercialização de energia, nove PCHs e
participação na Hidrelétrica de Lajeado. A CPFL Energia é
controlada pelos grupos Votorantim e Camargo Corrêa.
| A
maior parte da dívida da Light com o BNDES foi convertida em
ações e, com isso, o banco passou a deter 31,4% do capital da distribuidora de
energia. O valor convertido foi de R$ 713 m, sendo que a operação melhora a
estrutura de capital e a geração de caixa da Light. Com a entrada do
BNDES diminui a participação do controlador da Light, o consórcio
Rio Minas, de 79% para 54,2%. E com menor endividamento, a Light
já anunciou um aumento em seu plano de investimentos até 2010, que antes era
de R$ 1,8 bilhão e passou a R$ 2,6 bilhão, contemplando a construção de mais
duas hidrelétricas, a de Paracambi e a de Itaocara.
Química e Petroquímica
| A Petrobras
fechou acordo com o governo boliviano e vai receber US$ 112 m por suas ações
nas duas refinarias que controla no País vizinho. Os ativos das unidades e
suas dívidas de US$ 30 m serão absorvidos pela estatal YPFB. Os
pagamentos previstos serão realizados em dinheiro e não em gás, como
inicialmente cogitado.
| A
Unipar deu mais um passo na reorganização societária da Petroquímica
União (PQU) e adquiriu as ações da SEP Empreendimentos
Produtivos na empresa. A transação envolveu pagamento de R$ 35,5 m e
participação de 7% no controle da PQU. A SEP é a holding
dos funcionários da PQU e sua participação não faz parte do bloco de
controle da empresa, que é comandada pela própria Unipar, pela Dow
Química, Suzano, Ultra e Unigel.
| E
A Unipar também aprovou investimentos de R$ 93 m para ampliar sua
produção de cumeno, matéria-prima para a fabricação de fenol. O produto terá
como destino a Rhodia, sendo que a ampliação está prevista para se
efetivar no início de 2009. Já a Rhodia irá ampliar sua capacidade
produtiva de produtos químicos intermediários até 2008 com investimentos de €
30 m em seu complexo industrial de Paulínia (SP). Serão beneficiadas linhas da
cadeia de poliamida utilizados na fabricação de plásticos de engenharia,
têxteis e medicamentos, destinadas tanto ao mercado local quanto às
exportações.
| A
Artecola, empresa de Campo Bom (RS), adquiriu as fabricantes de
adesivos industriais Artiquim (Chile), Pegamentos Sintéticos
(Peru) e Asequim (Argentina). O valor das operações não foi divulgado,
mas as novas controladas reforçam as linhas de adesivos para construção civil
e consumidor final do grupo gaúcho. A Artecola hoje conta com dez
unidades industriais no Brasil e três no exterior (Argentina, Colômbia e
México).
Mineração e Siderurgia
| A
Votorantim Metais (VM) anunciou investimento de R$ 385 m para
produzir chumbo metálico em Juiz de Fora (MG). O produto é formado por uma
liga de prata com ouro e polipropileno e é totalmente importado pelo País. As
operações da nova unidade deverão ser inauguradas em 2009. Em Juiz de Fora a
VM já está investindo R$ 285 m para produzir índio e ampliar sua
produção de zinco. A unidade será a primeira de polimetálicos do Brasil, sendo
que a VM atualmente conta com outras unidades em SP, RJ, MG e GO.
| E
na área siderúrgica, a Votorantim Metais oficializou os planos para a
construção de sua segunda unidade de aços longos, que ficará em Resende (RJ).
A siderúrgica receberá investimentos de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 850 m numa
primeira etapa e R$ 150 m na conclusão. A Votorantim já atua no setor
siderúrgico, com uma usina em Barra Mansa (RJ), e recentemente adquiriu 52% da
Acerías Paz de Rio, segunda maior siderúrgica da Colômbia. A previsão é
de que a nova planta seja inaugurada em 2009.
| A
Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) vai investir US$ 150 m em
sua nova mineração de bauxita, no município de Miraí (MG). A expectativa é
iniciar a produção no final de outubro. A CBA hoje explora minas em
Poços de Caldas e Itamarati de Minas, ambas em MG. Com a nova planta, estas
duas unidades que já são exploradas há 50 anos deverão sofrer uma redução de
produção. A CBA também conta com projetos para futura exploração de
bauxita em Barro Alto (GO) e Paragominas (PA).
| A
Anglo American, terceira maior mineradora do mundo, adquiriu 49% da
Minas-Rio, maior projeto de minério de ferro da MMX. A aquisição
vai custar US$ 1,15 bilhão ao grupo sul-africano com sede em Londres. Desse
montante, US$ 704 m ficarão com a acionista Centennial Asset Mining Fund
e US$ 446 m serão subscritos em ações. O projeto Minas-Rio da MMX
envolve um parque integrado (mina-mineroduto-porto) com investimento inicial
previsto de R$ 2,35 bilhões. A Anglo American está se reposicionando no
mercado mundial e a área de ferro é uma de suas prioridades. O Projeto
Minas-Rio deve entrar em operação no final de 2009 e a MMX ainda
detém 51% de seu controle. Em uma segunda fase, está previsto que a Anglo
American ficará com 50% de seu controle e seus investimentos subirão para
US$ 1,9 bilhão.
|
Depois de incorporar a Caemi em 2006, a Vale do Rio Doce agora
também está absorvendo a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR)
em seus ativos. A incorporação de 100% da empresa se dará com a compra das
participações de grupos japoneses em duas operações paralelas. Numa, a CVRD
desembolsará US$ 231 m para absorver as participações da Mitsui, SMI
e Sumitomo na holding EBM. Ao mesmo tempo, assinou acordo
para usufruto por 30 anos das ações da EBM de propriedade das também
japonesas NSC, JFE, Itochu, Marubeni,
Mitsubishi, Kobe e Nissin. Neste segundo acordo haverá
pagamento imediato de US$ 60,5 m e parcelas anuais US$ 48,1 m.
|
No âmbito de sua reestruturação societária, a Usiminas realizou uma
colocação secundária de ações, cujo valor atingiu R$ 1,8 bilhão. Com ela, tem
sequência o acordo firmado entre os acionistas para adequação do bloco de
controle da empresa. Os vendedores dos papéis foram a Vale do Rio Doce
(aproximadamente três quarto do total) e a Previ. Com a transação, a
participação da CVRD na Usiminas reduz-se de 18,2% para 7,5% e a
da Previ de 14,9% para 11%.
Bens de Capital
| A gaúcha Lupatech
entrou no segmento de equipamentos e ferramentas para petróleo e gás com a
compra da Petroíma, de Simões Filho (BA), e das linhas de usinagem de
precisão da Zmach Tecnologia, em Caxias do Sul (RS). O negócio foi
fechado por R$ 20 m e, com ele, a Lupatech inaugura sua divisão
Oil Tools. Na sequência, a Lupatech também firmou acordo para
adquirir a Gasoil por R$ 87 m mais dívidas de R$ 4 m. A Gasoil
fabrica equipamentos para a exploração de gás e petróleo e tem sede Macaé
(RJ), principal pólo petrolífero do País. Paralelamente, a Lupatech
ainda concluiu transação com a Cordoaria São Leopoldo (CSL)
envolvendo negócios de cabos para ancoragem de plataformas em águas
profundas. Pelo acordo, a Lupatech irá investir R$ 140 m, dos quais
R$ 60 m por meio da emissão de novas ações.
| A
PPE Fios Esmaltados, empresa remanescente da Pirelli Cabos,
anunciou sua oferta inicial de ações na bolsa paulista. A empresa foi vendida
pela italiana Invex em outubro passado, numa operação de management
buy-out, por R$ 95 m. Os então administradores ficaram com 53%,
complementados por um grupo de outros investidores. Na operação está prevista
uma oferta primária e outra secundária. A PPE Fios Esmaltados produz
fios esmaltados, utilizados na indústria automobilística, de utilidades
domésticas, de compressores, geradores e transformadores.
| A
administradora de investimentos NSG Capital, do RJ, anunciou a compra
do controle acionário da gaúcha Zamprogna, fabricante de tubos de aço.
O valor da transação e o percentual adquirido não foram divulgados. A sede da
Zamprogna permanecerá em Porto Alegre, sendo que a empresa hoje possui
unidades produtivas em Guarulhos e Campo Limpo Paulista (SP), além de um
centro de distribuição em SC. Os principais mercados da empresa são o
automotivo, construção civil e indústria moveleira.
| A
alemã Siemens finalizou investimentos de R$ 200 m para ampliar a
capacidade produtiva de sua unidade em Jundiaí (SP). Lá a empresa fabrica
transformadores e também irá passar a produzir turbinas a vapor, voltada aos
setores de siderurgia, papel e celulose, açúcar e outras. Com a expansão, a
fábrica passa a ser a maior planta de transformadores da Siemens na
América Latina.
| A
Indústrias Romi, fabricante de máquinas e equipamentos, captou R$ 482,5
m com sua oferta primária e secundária de ações ordinárias em bolsa. Os
investidores estrangeiros ficaram com 44% da colocação total e, com ela, a
empresa passa a ter 62% de seus papéis pulverizados no mercado. Os recursos
obtidos com a emissão primária (R$ 243 m) serão 70% direcionados a
investimentos na divisão de fundidos e usinados, ficando os 30% restantes na
área de máquinas-ferramenta. A Romi hoje conta com nove fábricas e sua
sede fica em Santa Bárbara D´Oeste (SP).
Autopeças
| A brasileira Sabó,
fabricante de juntas e retentores automotivos, prepara-se para inaugurar uma
fábrica nos EUA em julho. Lá estão sendo investidos US$ 10 m para atender a
demanda de montadoras. Outros US$ 6 m serão investidos pela empresa para
dobrar suas operações na Argentina. Ainda no plano internacional, a Sabó
pretende ampliar sua fábrica na Áustria com vistas ao crescimento do mercado
alemão e também instalar uma unidade na Hungria, visando a demanda do Leste
Europeu. No Brasil a Sabó possui unidades em São Paulo e Mogi Mirim
(SP).
| A francesa
Michelin pretende investir US$ 200 m até o final de 2008 para ampliar sua
participação no mercado brasileiro de pneus de carga especial. Neste segmento,
além das linhas agrícola e de uso misto, a empresa também pretende desenvolver
linhas para o transporte de carga viva, minério de ferro, madeira e cimento. O
investimento será na unidade de Campo Grande (RJ).
Eletroeletrônicos e Informática
| A Metalfrio
Solutions, maior fabricante de freezers e refrigeradores da
América Latina, adquiriu a mexicana Refrigeración Nieto por US$ 13,5
m, sendo esta sua primeira investida no México. A Refrigeración Nieto
possui uma unidade produtiva, atua com as marcas Nieto e Silverfox,
e sua incorporação visa atender o mercado local. No Brasil a Metalfrio
conta com duas fábricas. A empresa acabou de realizar uma oferta em mercado,
na qual foram distribuídos 55% de seu capital. A colocação atingiu valor
total de R$ 393,9 m, dos quais cerca de R$ 243 m referentes a emissão
primária de ações, recursos estes que serão dirigidos prioritariamente à
expansão internacional da empresa.
| A
taiwanesa BenQ firmou acordo para a venda de sua fábrica de aparelhos
celulares no Brasil. O contrato envolve a transferência de ações e o uso da
marca, sendo que o seu valor não foi divulgado. A BenQ possui fábrica e
centro de pesquisas em Manaus (AM), os quais pertenciam à alemã Siemens
até meados de 2006. Na ocasião, a BenQ recebeu € 350 m da Siemens
para ficar com sua deficitária divisão mundial de celulares, abrangendo ainda
o uso da marca Siemens por cinco anos.
| A
norte-americana Dell Computadores inaugurou sua nova fábrica em
Hortolândia (SP), a qual será responsável pelo abastecimento dos mercados
interno e externo. A cidade já abriga as instalações da IBM, possui
vantagens logísticas e está próxima do maior mercado consumidor do País. A
Dell atua no Brasil desde 1999 e concentrava sua fabricação no RS, onde
ainda ficarão o centro administrativo e de atendimento da empresa. O valor do
investimento não foi divulgado, mas é estimado em R$ 130 m.
| A
fornecedora de softwares Datasul comprou a desenvolvedora
Próxima por R$ 8 m. A Próxima é especializada no agronegócio,
principalmente no setor sucroalcooleiro, e, com ela, a Datasul
estabelece uma nova divisão de operações. A Datasul também incorporou a
Ilog Tecnologia, empresa focada em educação corporativa e ensino à
distância. O negócio foi pequeno, custou R$ 2,5 m, mas é estratégico para a
Datasul, que passa a aplicar sua própria plataforma tecnológica na área de
ensino à distância. E em uma ação mais agressiva, a empresa de softwares
ainda assumiu o controle da paulista YMF Arquitetura Financeira de Negócios.
Esta foi a maior aquisição da Datasul desde sua abertura de capital,
sendo efetivada por R$ 43,7 m e envolvendo participação de 80% na YMF.
Ela marca a entrada efetiva da Datasul no setor de serviços financeiros
e gestão de investimentos, sendo que a YMF ficará como subsidiária da
Datasul e preservará sua marca própria.
Imobiliário
| A construtora
WTorre e a Iguatemi Empresa de Shopping Centers (IESC)
irão construir um novo shopping center vizinho à loja de luxo
Daslu. O empreendimento está avaliado em R$ 200 m. O terreno foi
adquirido no final de 2006 pela WTorre por R$ 385 m. O próprio prédio
da Daslu pertence à WTorre e pode vir a ser incorporado ao
novo shopping, cuja inauguração está prevista para 2008. E a IESC
também anunciou a aquisição, por R$ 25 m, de 50% do Galleria Shopping,
seu concorrente em Campinas (SP). A IESC já possui um Shopping
Iguatemi na cidade, que ainda conta com o Shopping D. Pedro do
grupo português Sonae Sierra. O Galleria Shopping possui 145
lojas e atende principalmente o público das classes A e B.
| A
Multiplan retomou seu projeto de abertura de capital e formalizou
pedido para uma oferta primária e outra secundária. A empresa esteve próxima
de efetivar sua oferta secundária de ações no ano passado, mas turbulências a
fizeram substituir a operação pela entrada do fundo Cadillac Fairview
em seu capital (30%). A Multiplan possui ampla atuação no setor
imobiliário, em especial na área de shopping center, onde administra o
Shopping Ibirapuera e o Morumbi Shopping (SP), o
BarraShopping (RJ) e o BH Shopping (MG). Suas aquisições mais
recentes foram as participações da Líder Aviação (65,19%) e da
Gilpar (18%) no Pátio Savassi, shopping center de Belo
Horizonte (MG), por valor não foi divulgado. O Pátio Savassi conta com
130 lojas e concorre com o Diamond Mall, outro shopping centers
da Multiplan em BH.
| O
fundo Gávea Investiments
assumiu uma participação de 23,5% na administradora de shopping centers
Aliansce. A Aliansce nasceu da associação entre o Nacional
Iguatemi e a norte-americana General Growth Properties (GGP).
O valor da transação não foi divulgado, mas ela consiste em aumento de capital
e venda de ações. Com a operação, a GGP ficará com 50% da Aliansce,
a Gávea 23,5% e a Nacional Iguatemi os 26,5% restantes. A
Aliansce hoje administra 15 shoppings, com participação direta em
oito, além de outros dois em construção. A empresa aguarda autorização para
abrir seu capital e realizar uma oferta primária de ações.
| A
BR Malls, empresa do setor de shopping center controlada pela
GP Investimentos, anunciou a compra da Patrimonial Industrial IV,
que possui participações acionárias em quatro shopping centers no País.
Com a operação, a BR Malls torna-se a maior companhia do setor no
Brasil, ultrapassando a Multiplan e a Iguatemi. Agora ela detém
participação em 16 shopping centers. A Patrimonial possui 8,5%
do Shopping Piracicaba (SP), 12,2% do Iguatemi de Belém (PA),
11,1% do Amazonas Shopping (AM) e 16,6% do Iguatemi de Maceió
(AL). E depois da Patrimóvel, a BR Malls ainda assumiu 17,6% do
Iguatemi de Maceió (AL). As ações pertenciam ao Fundo Petros (Petrobras)
e custaram R$ 14,6 m. E em SP assumiu o Shopping Tamboré, de Barueri, o
que consolidou sua posição de líder do setor. O Tamboré possui 160
lojas, sendo dez âncoras, e o valor de sua aquisição não foi divulgado.
| A
JHSF Participações captou R$ 376 m com sua abertura de capital na
Bovespa. A oferta baseou-se apenas na emissão primária de ações e pode ser
acrescida de mais R$ 56 m com o lote suplementar. A colocação representa 11,9%
do capital da JHSF e, do montante arrecadado, R$ 220,5 m serão
utilizados no abatimento de dívidas da empresa. A empresa possui atuação
focada no mercado residencial de alto padrão em São Paulo e controla o
mega-empreendimento Cidade Jardim.
| A
PDG Realty, controlada pelo Banco Pactual, ampliou de 40% para
50% sua participação na construtora carioca CHL. A participação inicial
foi comprada em fevereiro por R$ 48 m e a parcela adicional custou mais R$
28,8 m, pagos com ações da PDG. A CHL atua no mercado de alta
renda, mas seus novos projetos têm sido destinados ao público de menor poder
aquisitivo. A PDG Realty também ampliou sua participação na
incorporadora paulista Goldfarb, especializada em imóveis de baixa
renda. A PDG já detinha 49% das ações da empresa desde o início de 2006
e agora ficou com 70% de seu controle. O negócio visa capitalizar a
Goldfarb, que recentemente desistiu de abrir seu capital em bolsa. A
transação teve valor de R$ 150 m, sendo metade em ações. Além das
participações na CHL e na Goldfarb, a PDG também conta
com 17% da Cindencorp e 100% da Cepisa.
Transportes e Logística
| A norte-americana
Penske e a belga ABX firmaram joint venture no Brasil para
prestar serviços logísticos. As duas sócias já atuam conjuntamente neste
segmento no resto do mundo, mas a criação de uma empresa própria é inédita.
A nova ABX-Penske Air & Sea irá oferecer fretes marítimo, aéreo e
rodoviário internacional, sendo que a Penske fará a logística interna
e a ABX fará o frete aéreo e marítimo internacional.
| O
fundo Logística Brasil, administrado pela GP Investimentos,
adquiriu uma participação de 40% na Portinvest, holding
controladora do Porto de Itapoá, em SC. O porto é uma parceria entre o
grupo Battistella (70%) e a Aliança Navegação/Hamburg Süd (30%).
Ele receberá investimentos de R$ 320 m e será inaugurado em 2008. A
participação no projeto foi vendida pela Battistella e o valor da
transação com a Logística Brasil não foi divulgado.
| A
Log-In Logística Intermodal, subsidiária da Companhia Vale do Rio
Doce, iniciou sua oferta primária e secundária de ações ordinárias. A
operação envolve 60% do capital da empresa, sendo que a Vale ainda
pretende manter participação de 40%. O valor da operação pode atingir R$ 1
bilhão. Na Log-In Logística a Vale concentrou suas operações
intermodais de cargas conteinerizadas em todo o Mercosul. Além de navios, a
empresa conta com um terminal de contêineres em Vila Velha (ES) e três
terminais multimodais (Casa Branca-SP, Uberlândia-MG e Camaçari-BA).
| A
MRS Logística tem planos de investir US$ 1 bilhão até 2010, dos quais
US$ 350 somente neste ano de 2007. O aporte visa ampliar sua frota com cerca
de 1000 novos vagões e 20 novas locomotivas por ano. Também contempla
melhorias na malha permanente, como no acesso ao Porto de Santos, assim
como investimentos em tecnologia.
| A
Triunfo Participações e Investimentos (TPI), empresa do setor de
concessões rodoviárias, portos e geração energética, vai realizar uma oferta
primária e secundária de ações. A TPI é a quarta maior concessionária
de rodovias do País, sendo que hoje ela detém participações na Concepa,
Concer, Ecosul e Econorte. Parte dos recursos esperados
de sua oferta primária será utilizada no pagamento de dívidas e parte
destinada à Portonave, operadora que atua no Porto de Navegantes
(SC).
Serviços Diversos
| A Anhangüera
Educacional anunciou a incorporação da Faculdade Integração Zona
Oeste (Fizo), de Osasco (SP). A operação foi fechada por R$ 35,6
m. Esta é a terceira aquisição da Anhangüera neste ano, em sequência
à compra do Centro Universitário Ibero-Americano (São Paulo) e da
Faculdade Fênix (Bauru). Do montante pago, R$ 18,2 m referem-se à compra
da Fizo e R$ 17,4 m à aquisição de imóveis. A Anhangüera abriu
seu capital em março e captou R$ 360 m com sua oferta primária de ações.
| O
UBS Pactual adquiriu uma participação de 30% na Faculdades Nordeste
(Fanor), de Fortaleza (CE). A compra foi realizada por meio de dois
fundos de investimento e, com o aporte obtido, a Fanor pretende
incorporar outras escolas na Região Nordeste e formar uma rede de faculdades
naquela região. O valor da transação não foi divulgado.
| A
mexicana CIE está vendendo seus negócios no Brasil, Argentina e Chile
para um grupo de investidores, dentre os quais a Gávea Investimentos e
administradores da própria empresa de entretenimento. A transação abrange a
participação de majoritária da CIE nos negócios e seu valor é de
aproximadamente US$ 150 m. Ao seu final, a CIE ainda ficará com 24% das
atividades. O objetivo da empresa é concentrar-se no México, onde pretende
reduzir seu nível de endividamento. No Brasil a CIE controlava as casas
de show Credicard Hall, Citibank Hall e Teatro Abril.
Financeiro
| O grupo Itaú
adquiriu a carteira de private banking do ABN Amro em Miami
(EUA) e em Montevidéu (Uruguai), tornando-se o terceiro maior do segmento na
América Latina. A operação foi realizada por meio da holding
Itaúsa, que pagou US$ 150 m pelos ativos de private banking
internacional de clientes latino-americanos nas duas unidades.
| A
oferta pública de ações do Banco Sofisa, segundo banco médio a chegar
na Bovespa, movimentou R$ 504,5 m. Foram realizadas uma emissão
primária e uma distribuição secundária de papéis preferenciais. A captação do
banco na oferta primária foi de aproximadamente R$ 490 m, que serão destinados
à expansão da carteira de crédito para pessoas jurídicas. O Sofisa
passa a ter 72% de suas ações preferenciais no mercado, mas seu free float
geral é de 25%.
| O
banco ABC Brasil planeja abrir seu capital em bolsa e é o primeiro
banco estrangeiro de médio porte a anunciar seu IPO no País. O ABC é
controlado pelo Arab Banking Corporation com 84% de participação por
meio da Marsau Uruguay. Sua operação prevê uma emissão primária e uma
oferta secundária. O ABC Brasil possui ativos de R$ 3,8 bilhões e
patrimônio líquido de R$ 438,7 m.
| O
Banco Patagônia, de capital argentino, formalizou seu pedido de
abertura de capital na Bovespa. É a primeira vez que uma instituição
sem operações no País decide oferecer ações e negociar seus papéis no mercado
local. O Patagônia é o sexto maior banco da Argentina e sua oferta
prevê uma colocação primária e outra secundária. A operação também ocorrerá no
mercado argentino.
| O
Daycoval anunciou a intenção de abrir capital em bolsa e já protocolou
seu pedido. Sua atuação prioriza o crédito para pequenas e médias empresas e a
instituição possui patrimônio líquido de R$ 497 m. E o Banco Indusval
Multistock (BIM) também entrou com pedido de abertura de capital e
pretende realizar uma oferta pública de ações. A intenção do BIM é
fazer uma emissão primária e vender papéis também no mercado secundário. Seu
patrimônio líquido atual é de R$ 158 m e ele atua focado no middle market.
| A
Porto Seguro, terceira maior seguradora do país, anunciou investimentos
de R$ 120 m até 2010 para ampliar suas operações. Dentre os projetos
destaca-se a construção de um novo centro de processamento de dados (CPD) em
São Paulo e sua expansão para outras regiões. Atualmente a Porto Seguro
possui 130 sucursais e escritórios.
Diversos
| A Hypermarcas
está adquirindo a DM Farmacêutica, detentora de conhecidos produtos
de consumo como Doril, Monange, Cenoura & Bronze,
Vitasay, Engov e Zero-Cal. O valor da operação é estimado
em US$ 650 m e parte do pagamento deverá ser à vista, com recursos oriundos
da venda de 25% do seu próprio capital para investidores mexicanos. Esta
operação ocorreu paralelamente à incorporação da DM e foi fechada por
US$ 250 m. A DM possui fábrica em Barueri (SP), mas o imóvel não
entrou na transação. A Hypermarcas foi formalizada em fevereiro e
conta com cinco unidades de negócio: Alimentos (Etti, Salsaretti
e PuroPurê); Higiene e Limpeza (Assolan, Assim e Sim);
Higiene Pessoal (Xampus Éh!); Produtos Químicos (Mat Inset); e
Produtos de Saúde (Finn). A intenção da empresa é abrir seu capital
em bolsa até setembro deste ano.
| A têxtil francesa
Vivalin vai investir R$ 70 m para construir uma fábrica de tecidos de
linho e poliéster em PE. A Vivalin é a segunda maior fabricante
mundial de tecidos de linho. No Brasil, em 2004 ela adquiriu a Braspérola
e em outubro de 2006 iniciou a produção de fios e tecidos de linho e algodão
da Vivabrás, com investimentos de R$ 100 m também em PE.
| A espanhola
Telefónica e diversos bancos italianos uniram-se para comprar por € 4,1
bilhões a Olímpia, detentora de 18% do capital votante da Telecom
Italia (TI), que, por sua vez, controla 81,2% das ações
ordinárias da TIM Brasil. A Olímpia pertencia à Pirelli
e sua participação na TI integrará uma nova holding, a
Telco, que, com 23,6% de participação controlará a TI. A
Telefónica terá 42,3% da Telco e não participará da gerência
operacional da TI. Mas poderá interferir em questões societárias, o
que dificulta uma eventual venda da TIM Brasil para a Claro,
da mexicana América Móvil. A TIM é a segunda maior empresa de
telefonia celular no Brasil. Vale lembrar que a Telefónica também
negocia a aquisição dos 50% que a Portugal Telecom detém na Vivo,
empresa líder no setor, o que, se concretizado, deixará 54% do mercado de
telefonia móvel no País sob controle da operadora espanhola.
A BRASILPAR possui mais de 25 anos de experiência em assessoria a fusões e aquisições, avaliação de projetos e negócios e gestão de capital de risco. Já acumulou transações que somam mais de US$ 3 bilhões. Seus atuais serviços englobam: assessoria em compra, venda e associações entre empresas; atração de sócios e levantamento de capital para projetos e empresas; desenvolvimento de planos de negócios e assessoria estratégica; assessoria em investimentos em novos negócios; aconselhamento financeiro e estratégico em geral.
Alberto Ortenblad Filho
ortenblad@brasilpar.com.br
Daniel Chama Baldin
dbaldin@brasilpar.com.br
Jorge Troyko
jorge@brasilpar.com.br
Luis Fernando Amatti Salem
salem@brasilpar.com.br
Luiz Eduardo do Amaral Costa
lec@brasilpar.com.br
Luiz Guerreiro
lguerreiro@brasilpar.com.br
Luiz Roberto Carvalho Pereira
lrcp@brasilpar.com.br
Marco Antonio dos Reis Serra
mars@brasilpar.com.br
Maurício Salton Daniel
msd@brasilpar.com.br
Paulo Vasquez Varela
pvv@brasilpar.com.br
Tom Waslander
tom@brasilpar.com.br
Urgel Esteves
uef@brasilpar.com.br
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 28 - 8o andar
04543-000 - São Paulo - SP
Tel.: (011) 3709-4270 | Fax : (011) 3709-4288
www.brasilpar.com.br
O boletim NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS é editado bimestralmente pela Brasilpar Serviços Financeiros.
Diretores Responsáveis: Marco Antonio Serra e Alberto Ortenblad Filho.
O cenário econômico contido neste boletim refere-se a consulta
de opiniões do Banco Central do Brasil e pode ser modificado sem prévia comunicação. A Brasilpar não se responsabiliza pela utilização comercial ou financeira dessas previsões.
Os projetos e valores de investimentos das empresas citadas neste boletim referem-se aos divulgados nos principais meios jornalísticos. A Brasilpar não se responsabiliza pela veracidade das informações. Não é permitida a reprodução sem autorização da Brasilpar.
A Brasilpar respeita a sua privacidade e é contra o SPAM.